Livro Polêmico


Sete de cada dez mulheres negras nos EUA estão solteiras, diz estudo (Reprodução/Getty)

Em obra polêmica, professor de Stanford sugere que, para escapar da solidão, mulheres negras nos EUA devem encarar brancos, latinos e asiáticos como parceiros em potencial

Em alguns eventos na turnê de divulgação de seu livro, homens negros acusaram Ralph Richard Banks de defender o genocídio. Na verdade, o professor de direito familiar de Stanford meramente escreveu um livro chamado Is Marriage for White People? How the African-American Marriage Decline Affects Everyone (O casamento é para brancos? Como a queda no número de casamentos entre negros afeta a todos).
Mas uma série de ataques foi o que Banks recebeu por sugerir que mulheres negras – não apenas o “grupo que menos se casa” na sociedade norte-americana, mas também “o que menos se casa com outras raças” – deveriam encarar brancos, latinos e asiáticos como parceiros em potencial. Afinal de contas, a alternativa é a ausência total de um relacionamento ou casamento.
O declínio do casamento entre negros é bem documentado, mas não os prejuízos sexual, psicológico, emocional e social sofridos pelas mulheres negras. Sete em cada dez mulheres negras nos EUA estão solteiras. Das outras, muitas são forçadas a “compartilhar homens”.
Esta crise no “mercado de relacionamentos entre negros” , como chama Banks, começa pela falta de homens. Um em cada dez homens negros na faixa dos 30 anos está na cadeia. Como grupo, homens negros também ficaram pra trás em educação e rendimentos, enquanto as mulheres negras passaram à frente. Duas mulheres se formam na faculdade para cada homem negro. Enquanto essas mulheres ascendem para a classe média, os homens permanecem nas classes mais baixas, tornando-se menos atraentes.
Muitas mulheres negras acabam “se casando, mas não se divorciando”, como coloca Banks. Mas isso produz casamentos ruins. Dois de cada três casamentos entre negros fracassam — quase o dobro da taxa de fracasso dos casamentos entre casais brancos.
O verdadeiro problema é o comportamento dos poucos homens negros que são considerados bons partidos, sugere Banks. Eles frequentemente se mantêm solteiros pela razão oposta: a abundância de opções. Como disse um homem negro citado no livro: “Se você tem quatro mulheres de qualidade com quem está saindo e elas estão se revezando, quem é que vai se aprisionar em um casamento?” Mesmo os homens negros que se comprometem nominalmente com uma mulher são cinco vezes mais propensos a terem outras mulheres do que homens brancos em situação semelhante.
A solução mais óbvia, afirma Banks, requer a superação de um tabu nos EUA: casamentos interraciais. Isso é irônico, porque homens negros são estatisticamente muito abertos a casamentos fora de suas raças – mais de um em cinco estão em relacionamentos interraciais. Mas menos de uma em dez mulheres se casam com homens de outras raças.

Fontes: Economist

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