Jornais digitais


Aumenta número de jornais que cobram por conteúdo na internet (Reprodução/Internet)

Jornais digitais aderem à cobrança por conteúdo na internet

Em 10 de outubro, o Baltimore Sun se juntou a um clube em rápido crescimento. O jornal norte-americano começou a contar o número de vezes que pessoas lêem suas matérias online, e quando leitores atingem um limite de 15 textos ao mês, são requisitados a pagar pelo acesso a matérias. Blogueiros locais podem grunhir reclamações de que o conteúdo deve ser livre na internet, mas talvez nem tanto quanto teriam grunhido alguns meses atrás. Há uma noção de que a cobrança de conteúdo na internet é um caminho inevitável.
Em abril de 2010, a Paidcontent, uma publicação online, identificou 26 jornais locais e metropolitanos cobrando por acesso online. Este número aumentou bastante desde a realização desta pesquisa. Hoje mais de cem jornais estão usando Press+, um sistema de pagamento online desenvolvido por um ex-editor do Wall Street Journal. MediaNews, um grupo de jornais, colocou no ar dois filtros para bloquear conteúdo só para assinantes em 2010; estes filtros aumentaram para 23 apenas este ano.
Os arquitetos mais ambiciosos dos sistemas de acesso pago na internet, ou paywalls, estão na Europa. Desde maio, a Eslováquia ostenta uma sistema nacional de acesso pago online que engloba nove das maiores publicações do país. Eslovacos que queiram ler notícias na internet pagam €2.90 ($3.90) por mês, os quais são divididos entre os jornais de acordo com uma fórmula que leva em conta da onde as pessoas assinaram e com que frequência acessaram cada site.
Queda de anunciantes
Jim Morroney, editor do Dallas Morning News, diz que jornais norte-americanos costumavam se sustentar na base da regra “80-20”. Isto é, 80% das suas receitas vinham de publicidade e 20% de assinaturas.
Esses dias acabaram. Propagandas de jornal, impresso e online combinadas, despencaram de US$ 9,6 bilhões no segundo trimestre de 2008 para US$ 6 bilhões no segundo trimestre de 2011, de acordo com a Associação de Jornais da América. Poucos acreditam que algum dia a recuperação será total. É por isso que a corrida para montar uma base de assinantes na internet já começou.
Os desenvolvedores de paywalls alertam para uma queda no tráfego online assim que o sistema de acesso pago é instalado, mas nunca uma queda muito íngreme ou duradoura. Isso sugere que o futuro do jornalismo digital ainda pode salvar o ofício. Os jovens viraram as costas para os jornais impressos há muito tempo, mas muitos veículos conquistaram uma surpreendente multidão de usuários pagantes na internet. Agora, tudo o que puder ser cobrado deles na esfera digital, será.THE ECONOMIST

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