GENOCÍDIO...

Relembrando o Holocausto

No Ocidente, ficou a cargo da mídia estimular a discussão pública do Holocausto (Reprodução/Economist)

Ao redor do mundo, as crianças estudam na escola a matança industrializada dos judeus perpetrada pelos nazistas. Os museus do Holocausto nos Estados Unidos, Israel e Polônia atraem mais de um milhão de visitantes anualmente, cada. A ONU aprovou duas resoluções na década passada para institucionalizar a memória do Holocausto em todo o mundo. O Yad Vashem, um museu israelense, treina 10 mil professores locais e estrangeiros a cada ano. “O interesse está crescendo imensamente”, diz Dorit Novak, o diretor geral do museu. O número de membros da Associação das Organizações do Holocausto (AHO, na sigla em inglês) aumentou 25 vezes no final dos anos 80para mais de 300. Dos 16 mil livros sobre o Holocausto listados na Biblioteca do Congresso Americano, mas de dois terços foram publicados nas últimas duas décadas.

Em Israel, a representação do assassinato em massa mudou. Quando o país era dócil, ela ressaltava o heroísmo do gueto de Varsóvia. Hoje, com Forças Armadas indubitavelmente poderosas, o foco está mais na condição de vítima.

No Ocidente, ficou a cargo da mídia estimular a discussão pública do Holocausto. “A Lista de Schindler”, filme de Hollywood de 1993 sobre um empresário alemão que subornava os oficiais nazistas para proteger seus empregados judeus, vai de preto e branco a colorido quando os sobreviventes chegam a Jerusalém. Representações ocidentais mais recentes divergiram da narrativa israelense. Os jovens europeus, hoje afastados da matança por três gerações, evitam a culpa imposta pelos mais velhos.

A principal exceção geográfica ao crescente interesse global no Holocausto é o mundo muçulmano, onde a matança é vista geralmente como uma dramatização com o intuito de angariar a simpatia pelos judeus, que querem tomar as terras árabes. Nenhum dos três centros de informações da ONU no Oriente Médio celebra o dia do Holocausto.

Talvez a maior ameaça para a memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas é a trivialização. Os políticos nos Estados Unidos e em outros lugares rotineiramente empregam o Holocausto como um dispositivo retórico para denotar o mal. O termo pululou em revistas em quadrinhos e no Heavy Metal. Os políticos israelenses assistem avidamente a concursos de beleza de sobreviventes do Holocausto. Uma piada popular entre as crianças em idade escolar em Israel pergunta: – por que Hitler se matou? (Resposta: ele leu sua conta do gás). Tratá-lo como um claro problema moral, adverte Paul Salmons, um acadêmico britânico, poderia desvalorizar o estudo do Holocausto independentemente da sua proliferação.The Economist


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