ÁFRICA SOLIDARIEDADE

Países afetados por ciclone Idai aguardam ajuda

Até o momento, 656 mortes foram contabilizadas nos três países (Foto: Denis Onyodi/Red Cross Red Crescent Climate Centre)

Moçambique, Zimbábue e Malawi ainda enfrentam os rastros de destruição deixado pelo ciclone Idai, que atingiu a região há pouco mais de dez dias. Até o momento, 656 mortes foram contabilizadas nos três países, com a maior parte dos óbitos (446) sendo registrados em Moçambique. Estima-se que quase 2 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelo ciclone.

Devido a isso, diferentes iniciativas foram criadas para ajudar os países a lidarem com os impactos do ciclone. De acordo com um comunicado da Cruz Vermelha Internacional, agora que as inundações estão recuando, a ajuda humanitária começa a chegar a algumas pessoas afetadas. No entanto, as enchentes também levaram à população mais um perigo: o risco de surtos de doenças.

“Depois de um desastre dessa magnitude, a velocidade, a qualidade e a escala de nossa resposta são cruciais para impedir o risco de surtos de doenças transmitidas pela água, como a cólera. […] À medida que as águas das inundações diminuem, centenas de milhares de pessoas ainda carecem de água, abrigo e assistência médica. Agora vemos ainda mais claramente as consequências reais desse desastre”, afirmou, em uma coletiva de imprensa, o secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Elhadj As Sy.

A Cruz Vermelha anunciou na última segunda-feira, 25, que está enviando uma Unidade de Resposta a Emergências, que vai fornecer saneamento para 20 mil pessoas, e dois hospitais de campo para Moçambique. Estima-se que os hospitais possam atender 30 mil pessoas, oferecendo internação, cirurgias de emergência, atendimento ambulatorial, entre outros serviços médicos.

O trabalho da Cruz Vermelha em Moçambique deve durar dois anos, com um orçamento estimado em aproximadamente US$ 31 milhões. De acordo com os dados da entidade, o montante é necessário para oferecer apoio contínuo para 200 mil pessoas.

Já a Organização das Nações Unidas (ONU), através do Fundo Central de Respostas e Emergências (Cerf), doou, no último dia 19 de março, US$ 20 milhões para aumentar a resposta humanitária nos países atingidos. No entanto, nesta terça-feira, 26, o Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (Ocha) informou que o custo estimado para lidar com os problemas gerados pelo ciclone Idai é de US$ 281,7 milhões.

A maior parte desse montante é referente à segurança alimentar. No entanto, milhões de dólares também serão investidos em saúde, saneamento básico, educação, nutrição, logística, entre outras prioridades. Para alcançar o valor estimado, a ONU pede doações, que podem ser feitas através deste site.

“Vai ser duro, vai levar tempo, vai exigir uma mobilização muito grande, mas nós das Nações Unidas estamos convosco. Estamos ao mesmo tempo a apelar à comunidade internacional por uma ajuda maciça a Moçambique para que Moçambique possa se recuperar o mais depressa possível dessa tragédia”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Além das agências internacionais, diferentes governos já ofereceram apoio financeiro ao governo moçambicano. O Brasil, através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, revelou que vai doar 100 mil euros (cerca de R$ 436 mil) por meio de um fundo solidário criado pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Como ajudar

Além da ONU, diferentes entidades internacionais estão aceitando doações, em diferentes valores. O montante arrecadado será revertido em ajuda aos países afetados pelo ciclone Idai. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que mais de 600 mil crianças ficaram desabrigadas devido à passagem do ciclone. As doações à entidade podem ser feitas através desse site.

A Save the Children, que também foca na segurança de crianças ao redor do mundo, também está aceitando doações através deste link. Outra entidade que visa a segurança de crianças é a SOS Children’s Village, que também está aceitando doações, em dólar e em euro, através deste link.

A organização Médico sem Fronteiras também disponibilizou um site para arrecadar doações. Na página, que pode ser acessada através deste link, a entidade explica como cada quantia pode ajudar os países. Por exemplo, uma doação de R$ 60 pode garantir 27 filtros estéreis para transfusão sanguínea.

Já a Caritas Internacional deixa a opção de valor em aberto, mas especifica que as doações são contabilizadas em euros. A ajuda pode ser feita através deste link. O Centro de Excelência contra a Fome nos EUA aceita doações em dólares, que podem ser feitas com cartão de crédito através deste link.

Outras entidades, como a Oxfam, o Comitê Judaico-Americano de Distribuição Conjunta e a Asem Mozambique também estão aceitando doações. Basta acessar o link incluso no nome de cada uma dessas instituições.

Ciclone Idai

O ciclone Idai atingiu a cidade de Beira, em Moçambique, no último dia 14 de março, causando intensa devastação. Diferentes cidades em Moçambique, Malawi e Zimbábue foram atingidas. Estima-se que 500 mil hectares tenham sido devastados, deixando mais de 1,5 mil pessoas feridas. Ademais, 58,6 mil casas teriam ficado danificadas apenas em Moçambique, com um total de 1,85 milhão de pessoas impactadas.

Em Moçambique, quase 129 mil pessoas já tiveram de ser deslocadas devido aos efeitos do ciclone. Já no Zimbábue, 136 pessoas ainda estão isoladas, enquanto 154 mortes foram registradas e 187 pessoas estão desaparecidas. Enquanto isso, no Malawi, estima-se que o Idai afetou 840 mil pessoas, deixando mais de 94 mil desalojadas. No país, porém, menos mortes foram registradas. Ao todo, 56 pessoas morreram.

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