BRASIL POLÍTICA

Presidente do PSOL alerta que Brasil caminha para grave crise institucional

Imagem do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, que concedeu entrevista exclusiva à EFE. EFE/ Sebastiao Moreira

O Brasil está caminhando para uma crise institucional de grandes proporções devido à incapacidade de coordenação do governo de Jair Bolsonaro com o Congresso, analisou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. Em entrevista à Agência Efe, o político opositor avaliou que os três primeiros meses do mandato de Bolsonaro foram piores que a oposição imaginava. "Nós estamos em vias de uma crise institucional de grandes proporções e as saídas para essa crise estão sendo discutidas. Certamente atores do mercado financeiro e dos diversos segmentos que compõem as classes dominantes já estão debatendo o que fazer caso a crise do governo se aprofunde", analisou Medeiros.

O presidente do PSOL ainda fez um alerta que o cenário pode piorar se as denúncias envolvendo a família do presidente sejam confirmadas, em uma referência às movimentações bancárias suspeitas de Fabrício Queiroz, que trabalhou para o gabinete do agora senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). "Há um grande mal-estar na sociedade brasileira pela inépcia do governo em apresentar saídas concretas para os problemas que afligem o povo, como desemprego, educação, saúde e economia", afirmou. Para Medeiros, o governo de Bolsonaro prefere "estimular conflitos" e "atacar adversários" em vez liderar o país. "Acho que tem sido pior (que esperávamos). Imaginávamos um governo muito conservador, extremamente reacionário nas suas posições, mas, de alguma forma, com um projeto claro. O que estamos vendo não é isso. Em vez de um adversário com um projeto claro, temos um governo formado por diferentes peças que não se encaixam", criticou. Medeiros divide essas peças em quatro núcleos: neoliberal, comandado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes; judiciário, liderado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro; político-ideológico, composto por nomes como Ernesto Araújo e Ricardo Vélez, ministros das Relações Exteriores e da Educação, respectivamente; e o militar, representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão. "Acho que o núcleo militar é o mais perigoso, porque constitui um sistema de legitimação do governo, como nós não tínhamos em anos anteriores. É uma tutela militar capaz de garantir um nível de proteção institucional para um governo que é muito frágil", explicou.EFE

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