HERBICIDA DA MONSANTO

Justiça dos EUA considera cancerígeno herbicida usado no Brasil

Conclusão do júri representa um revés para a Bayer (Foto: Flickr/Mike Mozart)

Um júri federal de São Francisco considerou cancerígeno o herbicida Roundup, da Monsanto, empresa de agricultura e biotecnologia, adquirida pela Bayer no ano passado. Segundo o júri, o herbicida foi “um fator substancial” no desenvolvimento de um câncer em um americano de 70 anos.

A conclusão do júri representa um revés para a Bayer. Em apenas oito meses, esta foi a segunda vez que a Monsanto teve de enfrentar um processo com o mesmo precedente, sendo a primeira derrota da empresa em nível federal nos EUA. Outros casos semelhantes contra a empresa ainda aguardam veredito.

O caso atual é referente a Edwin Hardeman, de 70 anos, que foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin. O julgamento ainda não foi concluído, apenas a primeira etapa, na qual foi avaliado se o produto (que é à base de glifosato, o herbicida mais usado no Brasil) foi realmente causador do câncer. A segunda fase vai avaliar se a Monsanto é culpada pelo ocorrido.

“Estamos muito satisfeitos com o fato de o júri ter afirmado, unanimemente, que o Roundup causou o linfoma não-Hodgkin”, disse Jennifer Moore, advogada de Hardeman.

A Monsanto foi comprada pela Bayer em junho de 2018, por US$ 66 bilhões. Na época, já era uma das empresas de pior reputação do mundo, o que fez a Bayer cogitar a supressão do nome Monsanto, medida que posteriormente foi descartada.

Apesar da conclusão do júri, a Bayer afirmou que o Roundup é um produto seguro para a utilização. “Estamos confiantes de que a evidência na segunda fase mostrará que a conduta da Monsanto foi apropriada e que a empresa não deve ser responsabilizada pelo câncer de Hardeman”, afirmou a Bayer, através de um comunicado.

Em 2015, a Organização Mundial da Saúde relatou que o uso de glifosato era “provavelmente” cancerígeno.

Preocupação a nível mundial

Não é só a Justiça americana que está preocupada com relação ao herbicida. Em fevereiro deste ano, Portugal lançou um projeto de lei para a redução drástica do uso de glifosato, ou até mesmo a restrição por completo do herbicida no país. A Plataforma Trangénicos Fora, um grupo de associados em prol da causa, realizou um teste com voluntários que foram expostos ao herbicida, no qual foi detectada a presença do agrotóxico em 100% das amostras de urina coletadas.

No Brasil, o herbicida é aprovado e amplamente utilizado, apesar do uso já ter sido contestado várias vezes ao longo dos anos, com a criação de vários projetos de leis para a proibição do mesmo.

Em fevereiro deste ano, a Anvisa concluiu que a reavaliação toxicológica do glifosato revelou que o mesmo não era prejudicial à saúde de quem o utiliza, mas que seria necessário estabelecer algumas restrições na utilização do produto, como a venda para uso doméstico de forma concentrada. Antes de finalizar a questão, a agência aprovou uma consulta pública de 90 dias para a manifestação popular.CNN

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