BRASIL ELEIÇÕES 2018

Novos atores se articulam para formar bancadas na Câmara em 2018

Grupos enxergam a oportunidade para que atores vindos 'de fora' se estabeleçam (Foto: ABr)

Com a proximidade das eleições de 2018 e do prazo para que aspirantes a cargos eletivos se filiem a partidos, muito se discute sobre quem serão e quais as chances dos postulantes ao Planalto – O TSE vai barrar Lula? Bolsonaro é para ser levado a sério? O PSDB será capaz de se unir em torno de um candidato, e, nesse caso, será Alckmin ou Doria? Surgirá um “outsider”?

Enquanto estas e outras questões permanecem incógnitas, articulações partidárias, grupos de empresários e movimentos que se declaram suprapartidários se organizam para tentar formar bancadas no Congresso no ano que vem. Num período em que observamos a Câmara mais conservadora e fisiológica das últimas décadas, o argumento destes grupos, e que o impeachment de Dilma Rousseff demonstrou bem, é que quem quer que se eleja presidente em 2018 precisará de maioria robusta no Congresso para conseguir tocar o governo.

Entre estes movimentos estão, entre outros, um novo partido formado por jovens periféricos, organizações empresariais de tendência liberal e grupos que advogam pelas candidaturas avulsas, independentes de partidos, mas que, em obediência à legislação, terão de buscar abrigo em algum partido para se lançarem candidatos.

Estas movimentações partem da percepção de que a desconfiança dos brasileiros em relação aos partidos beira o insustentável. Como divulgou o Datafolha, somente 2% dos eleitores diz “confiar muito” em partidos – índice ainda menor que a diminuta aprovação ao governo Temer. Ainda de acordo com o instituto, 69% das pessoas desconfia das agremiações políticas tradicionais.

Nesse cenário, grupos enxergam a oportunidade para que atores vindos “de fora” da política se estabeleçam como possíveis saídas. E partidos como a Rede, de Marina Silva, e o Psol, veem aí a chance de aumentar suas bancadas no Congresso, dando abertura para que “candidaturas avulsas” se lancem por suas siglas.

Entre os movimentos que devem ser abrigados pela Rede e Psol está o “Brasil 21”, que não se autoclassifica como de “esquerda, direita ou centro”, e planeja lançar 36 candidatos no ano que vem – metade destes, mulheres.

Outra articulação, o “Agora!”, que defende “um Brasil mais simples, com um sistema tributário que reduza a desigualdade (…) e um Estado que estimule – e não sufoque – investimentos e a geração de empregos”, também deve ter ao menos 30 candidatos migrando para o Psol e a Rede.

Estes grupos, que se assemelham a experiências relativamente bem sucedidas nas eleições de 2016 como o “Muit@s” e a “Bancada Ativista”, devem definir seus candidatos por meio de prévias abertas, buscando distanciar-se dos processos internos de escolha dos partidos mais tradicionais.

Outra articulação, ainda em fase de bastidores, seria o movimento encabeçado pelo ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro para formar uma “bancada da educação” no Congresso. Segundo informações do jornal O Globo, Janine tem se reunido com lideranças e especialistas no assunto, e a ideia é eleger ao menos 10 deputados qualificados para debater o tema.

Em sua página no Facebook, o ex-ministro de Dilma desmentiu as reuniões, mas elogiou a ideia e deixou em aberto a possibilidade de se candidatar para algum cargo no ano que vem.

No campo liberal, empresários e economistas também se organizam para formar bancada na Câmara. Conforme noticiou a Folha de S.Paulo, o RenovaBR, que congrega economistas, empresários, publicitários e celebridades como Luciano Huck e o ex-técnico de vôlei Bernardinho, pretende criar um fundo para apoiar candidaturas que se alinhem às propostas do grupo. Além de uma bolsa mensal de R$5 mil até as eleições, os selecionados também participarão de cursos de gestão pública.

Segundo a Folha, o grupo pretende lançar até 150 candidatos que obedeçam à diretrizes como “combate à corrupção”, “gestão fiscal responsável”, “respeito às liberdades individuais” e “políticas sociais que eliminem a desigualdade de acesso à educação, saúde e segurança de qualidade”.

Entre os novos partidos políticos, destaca-se a Frente Favela Brasil (FFB), que ainda precisa reunir assinaturas para se registrar junto ao TSE em tempo hábil para lançar candidatos para 2018. Aspirante a se tornar a 36a legenda brasileira, o FFB, conforme o site do grupo, “surge inspirado na luta pelo protagonismo e pelo reconhecimento da dignidade da pessoa negra, dos moradores de favelas, dos pobres do campo e das periferias do Brasil”. A intenção é que ao menos 50% dos quadros internos seja ocupado por mulheres, e, entre os candidatos a serem apoiados no próximo ano, metade deverá ter entre 18 e 35 anos.

Wanderson Maia, uma das lideranças do partido, também evitou rótulos políticos na cerimônia que marcou o registro civil do partido no TSE. Segundo disse à Agência Brasil, “entre esquerda e direita, preto ou branco, permanecemos periferia”.AG. BRASIL

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