SUSTENTABILIDADE USP

Resquícios de madeira viram energia térmica após tratamento

Mesmo com os obstáculos, os testes para identificar os riscos ao ambiente e a saúde humana foram realizados com sucesso (Foto: Flickr)

Com o objetivo de minimizar os problemas de lixo na cidade e diminuir a pressão sobre as florestas, uma pesquisa mostrou que restos de madeira despejados no lixo podem servir para gerar energia térmica. O estudo foi feito na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo.

Coletado em uma usina de reciclagem de Piracicaba, em São Paulo, os resquícios de madeira foram testados para identificar se há neles riscos à saúde humana ou ao meio ambiente. De acordo com o engenheiro florestal Carlos Rogério Andrade, autor do estudo, uma das grandes dificuldades encontradas foi a presença de contaminantes nos resquícios a serem testados, como pregos, plásticos, entre outros.

Mesmo com os obstáculos, os testes para identificar os riscos ao ambiente e à saúde humana foram realizados com sucesso e os parâmetros negativos – como a presença de metais pesados, pesticidas e sulfetos – encontrados ficaram abaixo das normas técnicas, além de, em alguns momentos, nem terem sido encontrados.

“Foi testada também uma metodologia própria para quantificar a presença de contaminantes como terra, areia, cimento, entre outros, que porventura estivessem presentes nesses resíduos”, explica o engenheiro, afirmando que os resultados foram satisfatórios nessa categoria.

A pesquisa também mostrou que a torrefação pode auxiliar no aumento do valor enérgico destes resquícios de madeira. Além disso, o tratamento térmico pode promover a limpeza dos materiais, inclusive nos que receberam aplicações de tinta, vernizes ou resinas ao longo de sua utilização.

Andrade não ignora a dificuldade para um crescimento sustentável, mas destaca o crescente número de iniciativas que procuram alcançar a sustentabilidade, mostrando uma grande preocupação e o desejo de conservar o meio ambiente.

“Os resultados obtidos neste projeto demonstraram, por exemplo, ser possível, a partir de análises prévias, utilizarmos com segurança a madeira contida no lixo como uma fonte alternativa de energia térmica”, destaca.

A pesquisa, que foi a tese de doutorado do engenheiro Carlos Rogério Andrade, intitulada “Tratamento térmico da madeira contida nos resíduos sólidos urbanos visando sua adequação”.Jornal da USP

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