MEIO AMBIENTE POLUIÇÃO

Poluição foi responsável por 9 milhões de mortes em 2015, diz estudo

De acordo com o estudo, poluição é responsável por 16% das mortes no mundo (Foto: Pixabay)

A poluição ambiental matou 9 milhões de pessoas no mundo em 2015. É o que indica um estudo publicado por cientistas da Comissão de Poluição e Saúde na última quinta-feira, 19, na revista médica The Lancet. Para os autores, os números indicam uma “ameaça à sobrevivência contínua de sociedades humanas”.

Segundo a publicação, a poluição do ar, da água e do solo é responsável provocar doenças que matam uma a cada seis pessoas do mundo, representando 16% das mortes no mundo, e gera um prejuízo de US$ 4,6 trilhões de dólares todo ano, equivalente a 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) global. O estudo ainda aponta que o número de mortes provocadas por poluição é três vezes maior que as provocadas por Aids, malária e tuberculose juntas e 15 vezes maior que as mortes provocadas por guerras.

O levantamento indica que a poluição do ar, tanto nas ruas como em lugares fechados, é a que mais mata no planeta. De acordo com os autores, cerca de 6,5 milhões de pessoas foram vítimas da poluição atmosférica em 2015, que contribuiu para o desenvolvimento de males como doença obstrutiva crônica pulmonar, câncer de pulmão, infartos e derrames.

Já a poluição da água foi ligada a 1,8 milhão de mortes provocadas por doenças gastrointestinais, como diarreia, e parasitas. A exposição a toxinas e compostos cancerígenos em ambientes de trabalho respondeu por 800 mil mortes e a poluição do solo por metais pesados e compostos químicos vitimou 500 mil pessoas.

Embora as estimativas tenham revelado números altos, os autores do estudo alertam que a quantidade de mortes pode ser ainda maior, já que muitos poluentes ainda faltam ser identificados e estudados. “O número atual de nove milhões é quase certamente subestimado, provavelmente em alguns milhões”, destacou Philip Landrigan, professor da Escola Icahn de Medicina do Hospital Monte Sinai, nos Estados Unidos, e membro da comissão que realizou o estudo.

A publicação também indica que os países que mais sofrem com a poluição são os de renda baixa e média, sobretudo os que estão passando por um rápido processo de desenvolvimento e industrialização, como a Índia e a China – que contabilizam 2,5 milhões e 1,8 milhão de mortes respectivamente. As mortes ligadas à poluição nesses países respondem a 92% do registrado em todo o planeta.

Paralelamente, as classes mais pobres em países ricos e desenvolvidos são os mais afetadas pelo problema da poluição. “Nenhum país está livre da poluição”, afirmam no estudo o editor-chefe da The Lancet, Richard Horton, e a editora executiva, Pamela Das. Segundo eles, “atividades humanas, incluindo a industrialização e a globalização, são os direcionadores da poluição”.

Por fim, os dois fizeram um apelo a todos os chefes de estado: “Esperamos que as descobertas da comissão convençam líderes de países, estados, províncias e cidades para que façam do combate à poluição uma prioridade. As atuais e futuras gerações merecem um mundo livre de poluição”.The Guardian

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