SAÚDE OBESIDADE

Cesariana pode estar ligada à obesidade infantil

No Brasil, Itália e Irã, mais de 40% das crianças nascem de cesariana (Foto: Flickr/World Bank)

Em geral, uma gravidez em dez tem complicações que justificam a realização de uma cesariana. Em alguns lugares, o parto natural é a única opção. Mas a cesariana eletiva está se tornando cada vez mais comum. No Brasil, Itália e Irã, mais de 40% das crianças nascem de cesariana.

A frequência com que a cirurgia de cesariana, um procedimento caro e que exige mais cuidados após o parto, é realizada sem necessidade tem sido motivo de preocupação há algum tempo. Agora, novos estudos mostraram que, ao contrário do parto normal, no qual a criança entra em contato com bactérias do canal vaginal da mãe, que ajudam a compor sua flora intestinal, os bebês nascidos de cesárea e, portanto, privados dessa proteção natural, são mais propensos a terem alergias, doenças autoimunes e a serem obesos.

Um artigo recém-publicado em Science Advances de Maria Dominguez-Bello, da New York University School of Medicine, abordou a relação da obesidade infantil e na idade adulta com o parto normal e a cesariana.

Além da ausência de contato com o canal vaginal da mãe, as crianças que nascem de cesariana podem ter disfunções nas bactérias intestinais em razão dos antibióticos prescritos no pós-operatório e que são transmitidos aos bebês na amamentação. Com base nessas hipóteses, a pesquisadora fez um experimento com ratos divididos em grupos de gestantes de parto normal e de cesariana sem o uso de antibióticos.

As 13 fêmeas deram à luz a 69 filhotes, dos quais 35 de parto normal e 34 de cesariana. Com 15 semanas de idade, os filhotes nascidos de parto normal pesavam em média 39 gramas, em comparação com a média de 45 gramas dos demais. A probabilidade de essa diferença ser casual é de uma em mil. Além disso, ao examinar a bactéria intestinal dos camundongos, Dominguez-Bello descobriu que os que haviam nascido de cesariana não tinham as bactérias bacteroides, ruminococcus e clostridia associadas à magreza. Seu experimento, portanto, descartou a hipótese do efeito do antibiótico na disfunção bacteriana, atribuindo-a ao procedimento cirúrgico em si.The Economist

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