MEIO AMBIENTE FURACÃO

Estudo contradiz teoria sobre intensidade de furacões

Estudo recém-publicado na revista científica Geology por Michael Toomey, da United States Geological Survey, contradiz a teoria (Foto: CIRA)

Segundo os estudiosos do clima, o aquecimento global é responsável pelo aumento da intensidade dos furacões. Um clima mais quente eleva a temperatura média da superfície dos oceanos em relação à temperatura da atmosfera em algumas regiões, causando mais evaporação, nuvens e tempestades mais fortes. Mas um estudo recém-publicado na revista científica Geology por Michael Toomey, da United States Geological Survey, mostrou que, ao contrário dessa teoria, os furacões que atingiram a costa da atual Flórida durante um período de frio intenso há 12 mil anos foram mais fortes do que os furacões que atingiram a região nos anos mais quentes posteriores.

A descoberta de Toomey é resultado da análise dos depósitos sedimentares coletados perto das ilhas Dry Tortugas na costa da Flórida. Esses depósitos continham estratos formados durante o período de frio do Dryas recente e também nos anos seguintes mais quentes. De acordo com a teoria predominante, o Dryas recente foi um fenômeno climático causado pelo derretimento de uma geleira na extremidade do lago Agassiz, que cobria a região central do atual Canadá. Sem a barreira de gelo a água do lago começou a fluir para o oceano Atlântico. A entrada de água doce provocou uma queda brusca na salinidade e na densidade da água do mar, com o consequente resfriamento do clima em grande parte do hemisfério norte.

Toomey encontrou sinais de turbidito, uma rocha que se forma quando os depósitos sedimentares sofrem alteração, nos estratos. Em geral, os turbiditos formam-se depois da passagem de terremotos, mas as ilhas Dry Tortugas não são sujeitas a abalos sísmicos. Então, concluiu Toomey, esses turbiditos resultaram de furacões.

Atualmente, o tamanho do grão do turbidito relaciona-se à intensidade das tempestades causadas por furacões. Por isso, Toomey ficou intrigado com o fato de os grãos do turbidito do período do Dryas recente terem um diâmetro médio de 23 micrômetros, enquanto os dos anos posteriores, mais quentes, tinham em média 19 micrômetros. A razão da ocorrência de furacões tão fortes durante o Dryas recente, pelo menos na costa da atual Flórida, em um período de frio intenso, ainda é um mistério, como muitos da ciência do clima.The Economist

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