2° TURNO ... PELA PRIMEIRA VEZ

Eleições presidenciais terão um segundo turno sem debate

Mesmo liberado por médicos, deputado optou por não comparecer ao debate (Foto: EBC)

O eleitorado brasileiro não terá a oportunidade de assistir a um debate entre os presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), que disputam o segundo turno no próximo domingo, 28.

Será a primeira vez, desde que foi promulgada a Constituição de 1988, que ocorrerá um segundo turno das eleições presidenciais, sem que haja um debate onde os candidatos a representante máximo do Poder Executivo exponham suas ideias e respondam a questionamentos.

Três debates estavam previstos para esta reta final das eleições: um promovido pela Record; outro pela Band; e o último pela Globo. Após a Record e a Band cancelarem os respectivos debates – por conta da ausência de Bolsonaro –, agora, foi a vez da Globo cancelar o debate, que estava previsto para às 22h da próxima sexta-feira, 26.

Novamente, o cancelamento se deu por conta da recusa de Bolsonaro em comparecer. Em um comunicado enviado à Globo, a campanha do deputado disse que ele não participará do encontro por questões de saúde, pois “enfrenta limitações em virtude da bolsa de colostomia que carrega”, em decorrência do ataque à faca que o deputado sofreu em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG).

O não-diálogo como estratégia

Por recomendações médicas, Bolsonaro ficou de fora dos últimos debates do primeiro turno. Porém, na semana passada, ele passou por nova avaliação médica, que constatou que ele estava liberado para participar de debates. Porém, mesmo antes de receber alta, ele admitiu que poderia não enfrentar Haddad em debates, por “questão estratégica”.

Tal declaração aparenta ter mais veracidade do que o argumento apresentado à Globo. Isso porque a recusa de Bolsonaro em comparecer a debates é anterior ao ataque à faca. Além disso, embora tenha faltado a debates afirmando seguir recomendações médicas, ele continuou com sua agenda, participando de atos de campanha e comparecendo a emissoras para gravar entrevistas.

Em agosto deste ano, por exemplo, em entrevista ao portal Uol, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou que Bolsonaro não participaria mais de debates entre presidenciáveis, se isso ocorresse, seria uma “exceção”. Na época, Bebianno afirmou que, durante os debates, os candidatos são “personagens” com “supostas soluções milagrosas” para o país.

No mesmo comunicado em que anunciou o cancelamento do debate, divulgado na íntegra pelo site Congresso em Foco, a Globo também descartou o pedido de Haddad, que sugeriu que, na ausência do adversário, fosse realizada uma entrevista com ele.

Na noite da última segunda-feira, 22, Haddad participou do programa Roda Viva, da TV Cultura. A produção do programa também convidou Bolsonaro, mas ele se recusou a participar. Ao final do programa, após agradecer Haddad pela presença, o apresentador, o jornalista Ricardo Lessa, destacou o convite feito a Bolsonaro.

“Voltamos a lembrar que fizemos insistentes convites ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, primeiro, para vir pessoalmente ao Roda Viva, e como ele não manifestou interesse, oferecemos a possibilidade de que ele gravasse uma entrevista em sua residência no Rio, mas Bolsonaro também rejeitou essa hipótese. Ainda hoje, oferecemos à assessoria do candidato, a proposta que ele receba uma equipe em casa no Rio, mas ainda não obtivemos resposta”, disse o jornalista.Congresso em Foco

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