ÍNDIA EDUCAÇÃO
Escola de Direito da Índia cria curso especial sobre Harry Potter
Foto de arquivo. EFE/How Hwee Young
A escravidão dos elfos domésticos e o uso das maldições imperdoáveis na saga Harry Potter estão entre os assuntos estudados em um inusitado curso que uma das melhores universidades de Direito da Índia criou para que os alunos apliquem os conhecimentos "sem preconceitos".
Intitulado "Uma interface entre Literatura de Ficção fantástica e a Lei: Foco especial no Potterverso de J.K. Rowling Rowling", a disciplina eletiva é oferecida aos alunos dos quarto e quinto anos da Universidade Nacional de Ciências Jurídicas (NUJS) de Calcutá para o semestre que começa em dezembro.
Para o professor e idealizador do curso, Shouvik Kumar Guha, os alunos precisam estudar mais formas de usar a lei para as necessidades da sociedade e o universo de Harry Potter pode ser o cenário perfeito para a aplicação dos conhecimentos. Por que não um mundo real? Porque Guha não quer impor os seus ideais políticos aos alunos, que devem ser "neutros" na hora de analisar um mundo fantástico.
"Podia ter sido outro. Podia ter sido "Star Wars" se o curso tivesse acontecido há 20 anos. Mas em 2018 os estudantes pertencem a uma geração apaixonada pelo bruxo de óculos redondos e cicatriz em forma de raio na testa", explicou.
O docente, que leu todos os livros da saga várias vezes, espera também que os alunos encontrem paralelismo entre o mundo fantástico e a vida real, já que muitas situações acontecem na Índia e no mundo todo.
"Rowling utilizou o universo de Harry Potter para mostrar as limitações da lei e das instituições legais: quais são os problemas de ter um governo antidemocrático, quando a Justiça já não é independente, quando a mídia é destruída pelos que estão no poder e as diferentes classes são discriminadas", argumentou.
Por isso, o programa tem aulas sobre "Tradições e Instituições Legais no Potterverso". Também será analisada a moralidade através da escravidão dos elfos domésticos e a marginalização dos Lobisomens. Já o estudo da economia será feito através do Banco de Gringotes e o da lei esportiva através do Quadribol.
O único requisito - ou recomendação - para participar das aulas é ter lido pelo menos duas vezes a saga a completa da autora britânica, que até 2016 tinha sete livros. Há dois anos, foi lançado "Harry Potter e a Criança Amaldiçoada", roteiro da obra teatral lançada em Londres.
Para ser aprovado o aluno precisa escrever e apresentar uma dissertação ou "fazer truques de magia por 15 minutos e desaparecer não conta", conforme programa, ao qual a Agência Efe teve acesso.
Atualmente, as 40 vagas do curso de 45 horas já estão reservadas.Nos últimos dias, o anúncio da criação do curso chamou a atenção no mundo todo como o mais bem-sucedido da história da NUJS. De acordo com o professor, os convites para levar a ideia para outras universidades não param de chegar. Segundo ele, há, até mesmo, pedidos para a transmissão ao vivo na internet das aulas.
No site da universidade, na página do programa, a instituição agradece a iniciativa do docente e parabeniza proposta que "serve como um respiro no currículo ortodoxo da faculdade de Direito".
Noemí Jabois/EFE
A escravidão dos elfos domésticos e o uso das maldições imperdoáveis na saga Harry Potter estão entre os assuntos estudados em um inusitado curso que uma das melhores universidades de Direito da Índia criou para que os alunos apliquem os conhecimentos "sem preconceitos".
Intitulado "Uma interface entre Literatura de Ficção fantástica e a Lei: Foco especial no Potterverso de J.K. Rowling Rowling", a disciplina eletiva é oferecida aos alunos dos quarto e quinto anos da Universidade Nacional de Ciências Jurídicas (NUJS) de Calcutá para o semestre que começa em dezembro.
Para o professor e idealizador do curso, Shouvik Kumar Guha, os alunos precisam estudar mais formas de usar a lei para as necessidades da sociedade e o universo de Harry Potter pode ser o cenário perfeito para a aplicação dos conhecimentos. Por que não um mundo real? Porque Guha não quer impor os seus ideais políticos aos alunos, que devem ser "neutros" na hora de analisar um mundo fantástico.
"Podia ter sido outro. Podia ter sido "Star Wars" se o curso tivesse acontecido há 20 anos. Mas em 2018 os estudantes pertencem a uma geração apaixonada pelo bruxo de óculos redondos e cicatriz em forma de raio na testa", explicou.
O docente, que leu todos os livros da saga várias vezes, espera também que os alunos encontrem paralelismo entre o mundo fantástico e a vida real, já que muitas situações acontecem na Índia e no mundo todo.
"Rowling utilizou o universo de Harry Potter para mostrar as limitações da lei e das instituições legais: quais são os problemas de ter um governo antidemocrático, quando a Justiça já não é independente, quando a mídia é destruída pelos que estão no poder e as diferentes classes são discriminadas", argumentou.
Por isso, o programa tem aulas sobre "Tradições e Instituições Legais no Potterverso". Também será analisada a moralidade através da escravidão dos elfos domésticos e a marginalização dos Lobisomens. Já o estudo da economia será feito através do Banco de Gringotes e o da lei esportiva através do Quadribol.
O único requisito - ou recomendação - para participar das aulas é ter lido pelo menos duas vezes a saga a completa da autora britânica, que até 2016 tinha sete livros. Há dois anos, foi lançado "Harry Potter e a Criança Amaldiçoada", roteiro da obra teatral lançada em Londres.
Para ser aprovado o aluno precisa escrever e apresentar uma dissertação ou "fazer truques de magia por 15 minutos e desaparecer não conta", conforme programa, ao qual a Agência Efe teve acesso.
Atualmente, as 40 vagas do curso de 45 horas já estão reservadas.Nos últimos dias, o anúncio da criação do curso chamou a atenção no mundo todo como o mais bem-sucedido da história da NUJS. De acordo com o professor, os convites para levar a ideia para outras universidades não param de chegar. Segundo ele, há, até mesmo, pedidos para a transmissão ao vivo na internet das aulas.
No site da universidade, na página do programa, a instituição agradece a iniciativa do docente e parabeniza proposta que "serve como um respiro no currículo ortodoxo da faculdade de Direito".
Noemí Jabois/EFE
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