ALBÂNIA ECONOMIA

Albânia aprova fechamento de casas de apostas e nacionaliza jogos de azar

EFE/Caetano Barreira

O parlamento da Albânia aprovou nesta quinta-feira uma lei que proíbe a gestão privada dos jogos de azar e loterias e transforma esta atividade em monopólio do Estado.

A lei foi aprovada com 75 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, mas com a ausência da oposição conservadora que boicotou a sessão.

"Em 31 de dezembro acabam os cassinos eletrônicos, apostas esportivas e em corridas de animais, salas de bingos, e jogos de azar eletrônicos", declarou o ministro de Finanças e Economia albanês, Arben Ahmetaj.

Até essa data serão fechadas as 4.200 casas de apostas privadas distribuídas por todo o país. Depois desta data, a organização, o desenvolvimento e a mediação dos jogos de azar, apostas esportivas e as loterias serão responsabilidade exclusiva do Estado.

A única exceção serão os cassinos, que poderão continuar operando de forma privada, mas unicamente em áreas turísticas e em hotéis cinco estrelas.

Os jogos de azar, especialmente as apostas esportivas, cresceram de forma galopante nos últimos anos no país, se transformando em uma epidemia parecida ao depósito em massa de economias nos bancos de investimento fraudulentos, cuja quebra em 1997 levou o país à beira de uma guerra civil.

Segundo o primeiro-ministro Edi Rama, esta medida foi tomada para minimizar o impacto social negativo do jogo e combater o crime organizado que financia "em grande escala" uma indústria que movimenta 700 milhões de euros anuais.

"Este é um mercado que tem se ampliado graças às injeções do dinheiro do crime", afirmou Rama.

Por sua vez, os deputados socialistas denunciaram publicamente a "pressão criminosa" exercida por este setor para que não aprovassem as emendas à lei que regula esta atividade.

Neste setor operam 20 companhias formadas e o maior operador é a empresa austríaca Novamatic Gaming Industries GmbH, enquanto o mercado das apostas esportivas está controlado por três companhias, Top Start, Lloto Sport e I.T.S.G.A.

Os 4.200 estabelecimentos de apostas do país dão emprego a 7.300 pessoas.Segundo um estudo da Universidade de Tirana, um de cada quatro jogadores pensou ao menos uma vez em se suicidar; 70% vive sob estresse e 68% começou a jogar entre os 10 e 15 anos de idade.

A maioria da população albanesa apoia esta iniciativa do governo.

"Se Rama fechar as casas de apostas esportivas fará um grande favor ao povo. A maioria gasta em jogos o dinheiro que deveria dedicar a comprar o pão de cada dia para sua família", disse à Agência Efe Petrit Veizi, um eletricista.

"Fechar as apostas é o melhor que se pode fazer para ajudar este pobre povo. Se as eleições acontecessem agora eu votaria em Rama", destacou Dallandyshe Topi, uma simpatizante do opositor Partido Democrático.

Os que rejeitam a proibição são as empresas deste setor que consideram esta iniciativa "populista" e advertiram que apelarão contra a decisão do parlamento diante de tribunais nacionais e internacionais.EFE

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