AGROTÓXICO ALEMANHA

Alemanha vai proibir uso de glifosato até o fim de 2023

O glifosato, vendido com o nome comercial de Roundup, é fabricado pela Monsanto (Foto: Mike Mozart/Flickr)

A Alemanha irá proibir o uso do herbicida glifosato por causa do seu efeito tóxico em insetos importantes para o equilíbrio dos ecossistemas e o aumento da polinização das colheitas.

O uso do herbicida, também suspeito por alguns especialistas de causar câncer em seres humanos, será proibido até o final de 2023, quando termina a licença de comercialização concedida pela União Europeia (UE).

Os biólogos foram os primeiros a responsabilizar o glifosato pela morte de insetos que desempenham um papel vital no equilíbrio da biodiversidade e dos ecossistemas, ao interromper as cadeias alimentares e a polinização de plantas.

“Um produto químico que tem um efeito tóxico em insetos também é prejudicial para os seres humanos”, disse a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, do partido de centro-esquerda Social-Democrata.

O glifosato, vendido com o nome comercial de Roundup, é fabricado pela Monsanto, uma subsidiária da Bayer. A Bayer criticou a decisão da Alemanha de proibir seu uso, com o argumento que o produto não tem efeito tóxico em animais e seres humanos, nem contamina alimentos, solo e lençol freático.

“O glifosato é um herbicida importante para garantir a sustentabilidade e a produtividade da agricultura”, disse um porta-voz da empresa. A Bayer conta com o apoio forte do lobby das associações de agricultores e da indústria química.

A Comissão Europeia irá reavaliar sua posição em relação ao uso do glifosato em 2022 e, por isso, membros da Associação da Indústria Química da Alemanha disseram que, com a proibição de sua utilização, o governo alemão estava “caminhando em direção a um confronto com a UE”.

A Áustria foi o primeiro país-membro da UE a proibir o uso do glifosato, medida tomada em julho deste ano. O herbicida é usado com restrições na República Tcheca, Itália e Holanda. A França tem planos de proibi-lo em 2023.

Em uma primeira etapa, em 2020, não será mais permitido o uso do herbicida em parques públicos, jardins particulares, gramados, pomares e nas margens de rios e lagos.

Em fevereiro, o número recorde de 1,75 milhão de habitantes do estado da Baviera, no sul da Alemanha, votou em um referendo no qual reivindicaram o uso mais restrito de agrotóxicos nas culturas agrícolas e o incentivo ao cultivo de produtos orgânicos.

Apesar das criticas da poderosa Associação de Agricultores da região, o partido conservador da Baviera, a União Social-Cristã, anunciou que incorporará as propostas do referendo ao programa de governo.

A chanceler Angela Merkel, em mais uma iniciativa de preservação ambiental, declarou que irá aumentar de 4,5% para 6% no próximo ano a verba destinada ao combate às mudanças climáticas retirada dos subsídios agrícolas que o governo alemão recebe da UE. Com essas medidas a Alemanha fortalece ainda mais sua política ambiental na Europa.The Guardian

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