SAÚDE HIV

A nova epidemia do HIV na Europa

Os frequentadores das festas chemsex tomam drogas pesadas e fazem sexo sem preservativos (Foto: PxHere)

A moda das festas “chemsex”, uma mistura das palavras inglesas “chemicals” (drogas químicas) e “sex” (sexo), está causando uma nova epidemia de HIV em diversas cidades da Europa.

Apesar dos riscos de contrair o vírus HIV nessas festas onde há um grande consumo de drogas e promiscuidade sexual, grupos seguem buscando na internet possíveis companhias para ir a esses locais, por vezes em aplicativos de namoro.

“Chemsex é um fenômeno crescente”, disse Rusi Jaspal, professor de psicologia e educação sexual da Universidade De Montfort, em Leicester, Reino Unido.

Em uma conferência em Londres organizada pela International Association of Providers of Aids Care (IAPAC), o presidente da associação, Jose Zuniga, alertou para o grave perigo das festas chemsex na disseminação do vírus HIV entre grupos de risco.

Os frequentadores das festas chemsex tomam drogas pesadas como metanfetamina, mefedrona e gama-butirolactona (GHB) para aumentar a excitação sexual e o prazer.

“As drogas diminuem as inibições e aumentam o desejo sexual, um efeito devastador para os grupos de risco”, disse Jaspal.

Uma pesquisa realizada em 2014 com pacientes de clínicas de tratamento de Aids na Inglaterra e no País de Gales, mostrou que 30% dos soropositivos haviam frequentado festas chemsex no ano anterior.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, durante a conferência da IAPAC, Ignacio Labayen de Inza, um estudioso do fenômenos chemsex e consultor online de educação sexual, comentou que a moda das festas chemsex propagou-se nas principais cidades da Europa como Amsterdã, Berlim, Munique, Roma, Kiev, Moscou, Helsinque, Ibiza e Torremolinos.

Em 2018, um estudo publicado na Espanha revelou que dos 750 homens soropositivos pesquisados, 60% tinham feito sexo sem preservativo e 30% havia contraído o vírus HIV em festas chemsex.

A luta contra a infecção pelo vírus HIV fez um enorme progresso nos últimos dez anos. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), 1,7 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus em 2018, uma redução de 16% em relação a 2010.

Mas desde então novos casos surgiram, sobretudo em homossexuais com uma vida sexual promíscua, transgêneros e homens que se prostituem.

Na opinião de Shannon Hader, vice-diretora do Unaids, as campanhas de educação sexual são muito eficazes para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

“A profilaxia pré-exposição (PreP), que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais antes da relação sexual, diminui o risco de contrair o vírus HIV. É uma forma de controlar os casos de HIV entre a comunidade gay”, disse Hader. Independent

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