Romancista da África negra...

Morre ao 82 anos Chinua Achebe, maior romancista da África negra


O escritor nigeriano Chinua Achebe, caracterizado por Nelson Mandela como um escritor 'em cuja companhia os muros da prisão desmoronam' (Reprodução/AP)

O grande romancista e poeta nigeriano Chinua Achebe, amplamente visto como o pai da literatura africana moderna, morreu aos 82 anos de idade, informou a editora Penguin nesta sexta-feira, 22.

Achebe ficou conhecido no mundo há mais de 50 anos com a publicação de seu romance Things Fall Apart (Quando tudo desmorona), sobre seu grupo étnico Ibo, que sucumbe ao colonialismo britânico no início do século 19. Era a primeira vez que a história do colonialismo europeu era contada a partir de uma perspectiva africana para um público internacional.Quando tudo desmorona foi traduzido para 50 idiomas
e vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo.

Um porta-voz da sua editora, a Penguin, confirmou sua morte, mas não deu detalhes. Disse apenas que a família lançaria um comunicado em breve.

Os primeiros trabalhos de Achebe centraram-se nas convulsões sociais provocadas pelo colonialismo na África. Mais tarde, ele voltou seus olhos para a devastação da Nigéria e da África por uma série de golpes militares que entrincheiraram ditaduras ferrenhas.

Anthills of the Savannah (Formigueiros do Cerrado ), publicado em 1987, se passa dois anos após um golpe militar em um país africano imaginário, onde o poder corrompeu e a brutalidade do Estado silenciou todos, menos os mais corajosos.

Em 1983, ele publicou o panfleto O problema com a Nigéria, que pintava um quadro sombrio de seu país natal, mas também expressava esperança de que a corrupção endêmica poderia ter fim se a população conseguisse torná-la não rentável para as elites da Nigéria.

Como escritor, locutor e conferencista, Achebe serviu de ponte entre a África e o Ocidente e se tornou uma referência para gerações de escritores africanos.

Nelson Mandela leu seus trabalhos na prisão e certa vez se referiu a Achebe como um escritor “em cuja companhia os muros da prisão desmoronam”.

Um acidente de carro o colocou em uma cadeira de rodas em 1990, e desde então ele parou de escrever livros. Achebe passou a maior parte de seus últimos anos nos Estados Unidos, onde lecionava em universidades. Reuters

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