Um Anti-Cristo a brasileira!

Marco Feliciano diz que os direitos da mulher destroem a família


Para pesquisador, Frente Parlamentar Evangélica trabalha com o pânico moral (Reprodução/O Globo)

As críticas preconceituosas do pastor Marco Feliciano não se restringem aos negros e aos homossexuais. Em junho de 2012, o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias declarou que a luta pelos direitos da mulher atinge a família e estimula o homossexualismo.

A declaração foi dada em uma entrevista para o livro Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil. Na entrevista, Marco Feliciano critica o movimento feminista e diz que suas reivindicações podem levar a uma sociedade predominantemente homossexual.

“Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só se tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”, diz o pastor na página 115 do livro.

As afirmações de Feliciano irritaram os movimentos feministas. Para a professora Hildete Pereira de Melo, as ideias de Feliciano são atrasadas e não acompanham as necessidades da sociedade atual. “Ele é misógino e homofóbico. Desde a invenção da pílula anticoncepcional, os casais heterossexuais podem manter vida sexual ativa sem que a gravidez ocorra. Atribuir aos homossexuais a responsabilidade pela destruição da família é um delírio”, diz a pesquisadora.

Já o pesquisador Paulo Victor Lopes Leite, do Instituto de Estudos da Religião, diz não se espantar com as declarações de Feliciano, já que elas refletem o pensamento majoritário da Frente Parlamentar Evangélica. “Os parlamentares evangélicos trabalham com a ideia de pânico moral, que se manifesta sempre que qualquer atitude ou comportamento se mostra diferente do conceito de família patriarcal, com pai, mãe e filhos. É a ideia de pânico moral que faz com que rejeitem qualquer transformação natural da sociedade, como o casamento igualitário e a necessidade de se discutir a legalização do aborto”, avalia o pesquisador.O Globo

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