AEROPORTO OFENSAS

A onda de nomes polêmicos em aeroportos dos Bálcãs

Terminais estão sendo batizados com nomes ofensivos (Fonte: Reprodução/Peter Schrank/The Economist)

Em alguns países dos Bálcãs, novos terminais de aeroportos estão sendo batizados com nomes ofensivos aos seus vizinhos. Um terminal futurista inaugurado em março, em Zagreb, capital da Croácia, recebeu o nome de Franjo Tudjman, em homenagem ao líder da independência do país. Tudjman foi investigado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional devido à acusação de limpeza étnica da população sérvia de Krajina.

Entre as vítimas da limpeza étnica estavam parentes do famoso inventor Nikola Tesla. Tesla nasceu no vilarejo sérvio de Smiljan em 1856, no território da atual Croácia. Desde 2006, o aeroporto internacional de Belgrado, para irritação de alguns croatas, chama-se Nikola Tesla.

Dezoito anos após o fim da guerra do Kosovo, ainda não se pode voar de Nikola Tesla para o aeroporto Adem Jashari em Pristina, capital da República do Kosovo. Jashari, um dos fundadores do Exército de Libertação do Kosovo, morreu junto com dezenas de membros de sua família em um cerco de forças sérvias à sua casa, em 1998. Hoje, ele é considerado um herói albanês pela população do Kosovo, mas para os sérvios, é um monstro.

Os gregos foram os primeiros a causar atritos com um país vizinho em 1992, ao rebatizar o aeroporto de Tessalônica com o nome de Macedônia. A Grécia e a Macedônia mantêm um clima de hostilidade desde a independência da Macedônia em 1991. Os macedônios retaliaram mudando o nome do aeroporto de Skopje para Alexandre, o Grande em 2007, o macedônio que conquistou a Grécia.

Alguns nomes permanecem inalterados. O aeroporto de Sarajevo, na Bósnia, ainda se chama Sarajevo. Uma tentativa em 2005 de renomeá-lo para Alija Izetbegovic, o líder da guerra dos muçulmanos na Bósnia, foi vetada pelo então procônsul internacional, Paddy Ashdown. Em Montenegro, o aeroporto de Podgorica também foi poupado da mudança de nome, com exceção da etiqueta de bagagem com as iniciais TGD, um lembrete que a capital montenegrina chamava-se Titogrado, em homenagem a Josip Broz Tito, o ex-presidente da Iugoslávia morto em 1980.
The Economist

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