MEIO AMBIENTE OCEANO

Os vários problemas dos oceanos de plástico

O lixo marinho prejudica mais de 600 espécies marinhas (Foto: Pixabay)

No início deste mês, uma reportagem da BBC gerou muita repercussão nas redes sociais ao divulgar fotos do “mar de lixo” no Caribe, de autoria da fotógrafa britânica Caroline Power. No entanto, a questão do lixo nos mares e oceanos é um problema muito maior e nada novo.

Em 1997, o oceanógrafo americano Charles Moore descobriu por acaso uma enorme mancha de lixo, no norte do Oceano Pacífico, num local conhecido como giro do Pacífico Norte. As correntes marinhas se deslocam em torno de áreas chamadas giros oceânicos. Como no centro destes giros quase não há ventos e as correntes são de baixa intensidade, os resíduos sólidos acabam ficando presos naquela área, formando uma espécie de “sopa de lixo”, como a que existe no Pacífico.

Em junho, a ONU Meio Ambiente lançou no Brasil a Campanha Mares Limpos, que durante cinco anos terá ações para conter a maré de plásticos que invade os oceanos. Segundo a campanha, a cada ano, pelo menos 8 milhões de toneladas de plásticos acabam nos oceanos. Para piorar, de 60% a 90% do lixo marinho é composto por diferentes tipos deste material.

Logo, o problema do lixo nos mares e oceanos tem relação com a gestão do lixo em terra. No início deste mês, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) realizou o I Seminário Nacional sobre o combate ao lixo no mar, no Maison de France, no Rio de Janeiro. Este foi o primeiro passo para elaboração do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, a ser desenvolvido pelo governo federal em 2018.

“O plástico tem uma característica interessante: a sua característica positiva para sociedade é a sua característica negativa quando ela chega no mar. Eles são duráveis e a maior parte deles, o polipropileno e o poliestireno, tende a flutuar. E quando isso acontece, os plásticos são dispersos por várias localidades. Quando eles se fragmentam, eles se fragmentam em pedaços pequenos que têm as mesmas propriedades, que são os microplásticos. Quando o plástico chega ao mar, ele tem um maior potencial de dano do que outros tipos de resíduos como o papel, o pano e a borracha, por exemplo”, explica Alexandre Turra, do Instituto Oceanógrafo da Universidade de São Paulo (IOUSP), que participou da organização do evento. “O que a gente discutiu nesse seminário é que o resíduo plástico não deve chegar no mar. É perda de dinheiro e matéria-prima, ele estar no mar. Então os processos de gestão de resíduos teriam que ser aprimorados para que esse material não tivesse esse destino”.Mariana Mauro

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