ARÁBIA SAUDITA ASSISTÊNCIA SUSPENSA

Arábia Saudita mantém bloqueio à ajuda humanitária no Iêmen

Por pressão do ocidente, governo saudita havia anunciado fim do bloqueio ao aeroporto de Sana e ao porto de Hodeida (Foto: Flickr)

Organizações humanitárias afirmaram que a Arábia Saudita não cumpriu a promessa de reabrir postos de ajuda humanitária no norte do Iêmen na última quinta-feira, 23. Segundo essas organizações, o bloqueio saudita afeta dezenas de milhares de pessoas que passam fome no país.

Após uma intensa pressão de governos do ocidente, a Arábia Saudita havia concordado na última quarta-feira, 22, em suspender o bloqueio ao porto de Hodeida até meia noite de quinta-feira (horário local). Entretanto, mais de oito horas após o prazo final, as organizações de ajuda afirmaram que não receberam permissão para enviar suprimentos.

De acordo com Jamie McGoldrick, chefe Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários no Iêmen, duas embarcações com suprimentos – uma com alimentos e outra com medicamentos de combate à cólera – estão aguardando há dias permissão para atracar no porto de Hodeida.

“Há um sistema em que notificamos (a coalizão liderada pelos sauditas) e pedimos tempo ou espaço para trazer nossos aviões, e estamos negociando para conseguir esse espaço no porto também. Nós realmente passamos pelos procedimentos normais e estamos apenas esperando para descobrir como isso acontece”, explicou McGoldrick, que se mantém otimista para as próximas 48 horas.

Além do porto de Hodeida, a Arábia Saudita também implementou um bloqueio ao aeroporto de Sana, na capital do Iêmen. Embora também tenha anunciado o fim do bloqueio ao aeroporto, nenhum voo de ajuda humanitária pousou na capital.

O governo saudita implantou um bloqueio total aéreo e marítimo a todas as remessas comerciais e humanitárias enviadas ao Iêmen em resposta ao lançamento de um míssil sobre o aeroporto internacional de Riad, capital da Arábia Saudita. As autoridades do país acusam a milícia iemenita houthi, xiita e apoiada pelo Irã, de ter lançado o míssil.

A agência de ajuda humanitária Care, uma das que operam no Iêmen, disse que permanece profundamente preocupada com a continuidade da fome e com novos surtos de cólera no país, a menos que todos os portos sejam abertos a bens comerciais.

“Não só a importação comercial de alimentos e suprimentos médicos é necessária para a sobrevivência, como sem abastecimento as redes de água e saneamento do Iêmen não funcionarão em um país que já está lutando contra a cólera. Assistência humanitária sozinha não é suficiente para suprir as necessidades básicas e proteções críticas à população do Iêmen”, afirmou a agência.The Guardian

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