CIÊNCIA CÂNCER

Exame de sangue pode detectar oito tipos de câncer

Pacientes que participaram do estudo já tinham sido pré-diagnosticados com câncer de ovário, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, colo ou reto, pulmão ou mama (Foto: Pixabay)

Detectar um câncer no estágio inicial é a chave para prevenir a morte pela doença. Um novo estudo, publicado no jornal Science, desenvolveu um exame de sangue para câncer capaz de identificar oito tipos comuns da doença a partir dos níveis de proteínas, relacionadas com o câncer, e mutações no DNA.

O exame, chamado CancerSEEK, foi feito em 1.005 pacientes. Eles já tinham sido pré-diagnosticados com câncer de ovário, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, colo, reto, pulmão ou mama. Nenhum deles apresentava metástase, quando a doença se espalha pelo corpo. O exame conseguiu identificar a doença com 70% de precisão nos oito tipos comuns da doença.

O CancerSEEK também conseguiu detectar, com uma taxa de sensibilidade entre 69% a 98%, os cinco tipos de câncer que ainda não contam com exames de rastreio para pacientes de risco médio (ovário, fígado, estômago, pâncreas e esôfago).

O exame detecta o DNA modificado que flutua livremente pela corrente sanguínea. Além disso, ele analisa a presença de erros em 16 genes que frequentemente são modificados em diferentes tipos de câncer. O sangue dos pacientes também foi testado para oito biomarcadores de proteínas conhecidos que são observados em diferentes estágios da doença, dependendo de onde o tumor está localizado.

Em 812 casos de controle, o teste só teve sete resultados falso-positivos. “A especificidade muito alta era essencial, porque falso-positivos podem fazer com que os pacientes tenham que se sujeitar a exames invasivos desnecessários, além de outros procedimentos, para confirmar a presença do câncer”, disse Kenneth Kinzler, professor de oncologia da Johns Hopkins e co-autor do estudo.

Os pacientes que participaram do experimento apresentavam a doença em estágios de I a III. Os especialistas perceberam que os índices de detecção foram menores naqueles em estágios iniciais e acredita-se que seja ainda menor em pessoas que ainda não demonstraram nenhum sintoma. A esperança é que, no futuro, este exame possa ser usado para aumentar significativamente o número de pacientes a receber tratamento inicial em um momento anterior ao que o câncer seria diagnosticado em exames convencionais.

Nem todos os especialistas, no entanto, enxergam grandes avanços neste estudo. “Há muitas limitações grandes. Primeiramente, 80% dos cânceres avaliados eram de estágio II ou III, portanto, já avançados. Demonstrar que um exame pode detectar cânceres avançados não significa que ele vai ser útil para detectar cânceres em estágios iniciais, muito menos em estado pré-sintomático. A sensibilidade do exame para câncer em estágio I no estudo foi de apenas 40%”, disse Paul Pharoah, professor de epidemiologia de câncer na Universidade de Cambridge.

Já outros enxergam com entusiasmo a pesquisa. “Este é um dos primeiros estudos a combinar biomarcadores de proteína e DNA circulante de tumores como uma ferramenta de rastreio, além de aplicar esta ferramenta em diversos tipos de câncer e em vários pacientes”, disse Chris Abbosh, do Instituto de Câncer UCL. A equipe por trás do teste prevê que ele custaria menos que US$ 500 por paciente.The Guardian

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