ECONOMIA FRUTAS / VEGETAIS

O avanço do mercado de frutas e vegetais feios

As frutas e os vegetais feios começaram a ser vendidos pelas empresas Imperfect Produce e a Hungry Harvest no comércio de varejo dos EUA (Foto: Instagram/@imperfectproduce)

Ninguém sabe ao certo a quantidade de frutas e vegetais, que por estarem abaixo do padrão de qualidade, não chegam às prateleiras dos supermercados. Em geral, são usados como ração para animais ou como adubo, ou são jogados em aterros sanitários. Mas agora esses produtos sem apelo comercial começaram a ser vendidos pelas empresas Imperfect Produce, cujo logotipo é uma batata com o formato de um coração, e a Hungry Harvest, cujo slogan é “Rescued Produce. Delivered”, no comércio de varejo dos Estados Unidos. A Full Harvest, voltada para o mercado atacadista, conecta agricultores a produtores de alimentos e bebidas. Lançado em dezembro, o app goMkt ajuda os varejistas a localizar as vendas de alimentos excedentes em lojas locais e restaurantes. Esse é o primeiro passo do desenvolvimento de um sistema sofisticado destinado a conectar empresas por meio de aplicativos.

As trocas convencionais de mercadorias favorecem a comercialização a granel de produtos com o mesmo padrão. As lojas de alimentos preferem frutas e legumes de melhor qualidade, ou produtos de qualidade um pouco inferior vendidos a um preço mais baixo. Do ponto de vista comercial, não é rentável vender frutas e vegetais com um aspecto pouco atraente que, em geral, ficam esquecidos nas prateleiras dos mercados. Mas os morangos pequenos demais, os pepinos tortos, ou as bananas com manchas muito escuras nas cascas não obrigatoriamente têm um gosto ruim. Um tomate com um aspecto feio pode ser usado para fazer um ótimo suco ou um molho saboroso.

Essas empresas tiveram de superar quatro desafios operacionais, observou Elliot Rabinovich, professor da Universidade Estadual do Arizona que, com seu colega, Tim Richards, recebeu um financiamento do Departamento de Agricultura (USDA) para estudar como desenvolvê-las. Em primeiro lugar, foi preciso sistematizar as distinções de qualidade para avaliar os preços a serem cobrados. Em uma etapa posterior, a distribuição eficiente foi um fator vital, porque os produtos precisavam ser entregues com rapidez aos clientes, antes que estragassem.

Em terceiro lugar, o controle de qualidade foi fundamental para a aceitação dos produtos em um novo mercado, com uma cultura diferenciada. Por fim, a rentabilidade ainda preocupa os pequenos produtores. Embora possam ter algum lucro com a venda de produtos que fogem dos padrões convencionais, o fato de terem preços mais baixos pode prejudicar a comercialização de produtos melhores. Segundo Rabinovich, essa preocupação será superada com a expansão do mercado e o consequente aumento da demanda e da diversificação dos consumidores.The Economist

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