MEIO AMBIENTE POLÔNIA

Cidades polonesas lideram ranking de poluição na Europa

O aquecedor a carvão das casas é um dos grandes culpados pela poluição (Foto: Pixabay)

A cidade de Rabka-Zdroj, no sul da Polônia, é um centro de tratamento para crianças desde o século XIX. Mas em janeiro de 2017, o nível de benzopireno, uma substância com efeito cancerígeno, elevou-se a 28 vezes acima dos limites normais. Se o nível dessa substância encontrada no alcatrão, na fumaça do cigarro e na combustão de carvão continuar elevado, Rabka-Zdroj poderá perder seu status de uma cidade que oferece tratamentos de saúde, reavaliado a cada dez anos. A poluição do ar é “nosso inimigo silencioso”, disse Zbigniew Doniec, do Instituto de Tuberculose e Doenças Pulmonares de Rabka-Zdroj.

Rabka-Zdroj não é a única cidade na Polônia que sofre com a poluição atmosférica no inverno. Em 2016, um estudo da Organização Mundial de Saúde revelou que 33 das 50 cidades mais poluídas da Europa situam-se na Polônia. Entre elas Katowice, que sediará a próxima reunião de cúpula da ONU sobre o clima em dezembro. O aquecedor a carvão das casas é um dos grandes culpados pela poluição. Para economizar dinheiro, as pessoas queimam o refugo do carvão ou a pasta de cimento. Apesar de ser proibido por lei, outros queimam lixo.

Nas pequenas cidades, a fumaça escura que sai das chaminés esquenta o ar frio. Nos dias mais poluídos, as autoridades em Varsóvia aconselham os moradores a ficarem em casa, com as janelas fechadas. Há pouco tempo, o jornal Gazeta Wyborcza deu aos seus leitores uma máscara para protegê-los da poluição.

O partido Lei e Justiça (PiS) defende a manutenção da exploração de carvão mineral, que emprega cerca de 90 mil poloneses. “O carvão é a base do setor energético do país e não temos a intenção de substituí-lo por outras fontes de energia”, declarou o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki em seu discurso no Congresso em 12 de dezembro.O novo programa do governo para a Silésia, uma região industrial densamente povoada no sudoeste da Polônia, inclui duas novas minas de carvão. À medida que Varsóvia tenta diminuir sua dependência do gás russo, o carvão é apresentado como uma alternativa patriótica aos poloneses.

Porém, as autoridades estão começando a preocupar-se com os efeitos da poluição atmosférica. Os padrões de emissão de CO2 dos aquecedores a carvão ficaram mais rígidos em outubro. Em algumas regiões, uma lei antipoluição aprovada em 2015, permite que as autoridades locais elaborem suas regras sobre o aquecimento doméstico. Em 30 de novembro de 2017, os membros da assembleia regional em Wroclaw, uma cidade na região ocidental da Polônia, proibiram o uso de alguns tipos de carvão mais poluentes. Algumas cidades já oferecem ajuda financeira para que os moradores troquem seus aquecedores a carvão antigos por aparelhos menos poluentes. No entanto, sem uma ação enérgica de Varsóvia para reduzir a poluição e usar fontes renováveis de energia, as cidades da Polônia continuarão a liderar o ranking de poluição atmosférica da Europa.The Economist

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