PERIGO EM ALTO MAR

Piratas voltam as atenções para o Golfo da Guiné

Na Nigéria, foram registrados 33 ataques e roubos em 2017 (Foto: AFP)

Os piratas africanos atuais preferem machetes, metralhadoras e resgates, em vez de alfanjes e papagaios. Eles ganham milhões de dólares com o sequestro de um navio. Há dez anos, a costa da Somália era o centro mundial da pirataria. O país não tinha uma guarda costeira eficiente ou uma infraestrutura administrativa e de segurança marítima, o que permitia que piratas fortemente armados, que percorriam a costa em navios de carga e em lanchas, abordassem os navios e sequestrassem a tripulação. Mas em 2017, de acordo com a Organização Marítima Internacional (OMI), a agência das Nações Unidas responsável pela proteção e segurança da navegação, os registros de crimes cometidos por piratas tiveram a maior redução em 20 anos.

Em 2007 e 2012, o auge da crise de pirataria na Somália, os ataques ao golfo de Áden, ao mar da Arábia e ao mar Vermelho eram quase diários. Em 2011, houve 237 ataques na região, com o custo de US$ 8,3 bilhões (£5,1 bilhões) às empresas e às companhias de seguro. Há pouco tempo, os ataques dos piratas somalis diminuíram. Segundo a OMI, apenas nove navios foram sequestrados na costa somali no ano passado, em razão, em parte, do aumento da segurança na região.

Após dezenas de sequestros, em 2008, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU uniram forças, com o objetivo de combater a pirataria no litoral somali. Com guardas armados patrulhando a costa, cercas de arame farpado e treinamento de manobras em navios mercantes, o combate à pirataria reduziu radicalmente o número de incidentes na costa da Somália, de acordo com Henry MacHale, da Aspen Insurance.

Mas a pirataria na costa da Nigéria está aumentando. Em 2017, as autoridades responsáveis pela segurança marítima registraram 33 ataques e roubos a navios a uma distância de 12 milhas náuticas do litoral. Os piratas nigerianos armados com metralhadoras e granadas roubam os passageiros dos navios e fogem para o delta do Níger, onde em meio ao labirinto de rios é muito difícil encontrá-los. Segundo a OMI, os piratas nigerianos sequestraram 65 tripulantes de navios em 2017.

A pirataria no golfo da Guiné, que se estende do Gabão à Libéria, apesar dos ataques constantes, ainda não atingiu o grau de violência da Somália. Porém, os registros da OMI não incluem ataques a barcos de pesca e balsas, que não estão imunes à ação dos piratas.Além disso, “ao longo dos anos, os piratas nigerianos não foram presos nem processados”, disse Cyrus Mody da OMI, o que desestimulou o relato de casos de pirataria às autoridades. Os proprietários de navios perderam a confiança no sistema e temem ser alvos de represálias violentas no futuro, se denunciarem os incidentes. Portanto, é difícil avaliar a situação real da pirataria nessa região da África e como combatê-la.AFP

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