Inflação brasileira está perto de bater meta do Banco Central
Brasil pode acabar não conseguindo controlar câmbio nem inflação
A inflação brasileira está em 6,3% e perto de bater o teto da meta do Banco Central, entre 2,5% e 6,5%, pela primeira vez, desde que foi adotada em 2006. Isto, apesar do dólar estar custando cerca de R$ 1,58, perto de seu pico, desde que foi autorizado a flutuar, em 1999 – e muito mais forte do que o governo ou a indústria gostariam. Tudo isso significa que a política monetária brasileira tenta domar dois cavalos ao mesmo tempo. O Banco Central já elevou a taxa básica de juros em três pontos percentuais, comparados ao ano passado, para 11,75%, com outros 0,25 a 0,50 pontos esperados pelo Comitê de Política Monetária, até abril. Mas, como o BC já admitiu em seu último relatório, ele não espera trazer a inflação para 4,5% até o fim de 2011. O custo econômico seria “muito alto”.
A dificuldade para o BC é que cada aumento nas taxas de juros – já maior do que qualquer grande economia- torna o país mais atraente para o capital estrangeiro. Nos primeiros três meses de 2011, o Brasil viu as entradas líquidas chegarem a US$ 35 bilhões, mais do que todo o ano de 2010. Isso empurra para cima a moeda.
Para tentar conter a inflação sem aumentar ainda mais o real, o BC está recorrendo ao que as centrais bancárias chamam de “medidas macroprudenciais”. O Ministério das Finanças deu sua contribuição elevando os impostos de crédito ao consumidor, emissões de títulos estrangeiros e empréstimos no exterior e seus derivados. Sem tais medidas, explica o ministro Guido Mantega, o real estaria cerca de R$1,40.
A presidente, Dilma Rousseff, prometeu fazer o que for preciso para controlar as taxas da inflação. Um grande teste envolve o salário mínimo, devido ao aumento, no próximo ano, de 7,5% acima da inflação, a menos que o governo altere a fórmula utilizada para o cálculo. Isso elevaria até mesmo as pensões do Estado, que estão ligadas ao salário mínimo, assim como os salários em geral. O perigo nesta tentativa de orientar a taxa de câmbio e a inflação simultaneamente é o risco de perder o controle de ambos.Fonte: The Economist
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