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O desaparecimento do Ártico


Àreas cobertas por neve estão um quinto menor que nos anos 60 (Reprodução/Internet)

Entre hoje e setembro, verão no Hemisfério Norte, o gelo da calota polar do Ártico encolherá para seu menor volume anual e o fenômeno será monitorado pelos relatórios de gelo marinho diários do National Snow and Ice Data Center norte-americano. As observações de satélite mostrarão que o gelo encolheu muito mais do que a média de longo prazo. Não há anomalia nisso: desde 1970 o gelo marinho recuou em cerca de 12% a cada década. No ano passado, omínimo de verão foi de 4,33 milhões de km2 – quase a metade da década de 60.

As geleiras do Ártico, incluindo aquelas da vasta calota de gelo da Groelândia, estão recuando. A área coberta por neve em junho é aproximadamente um quinto menor do que nos anos 60. O gelo permanente está encolhendo. Plantas estrangeiras, peixes e animais estão se mudando para o norte: cavalas do Atlântico, hadoques e bacalhaus estão aparecendo nas redes de pesca no Ártico. Algumas espécies do Ártico provavelmente serão extintas.

Talvez o mundo não tenha visto uma mudança ambiental tão grandiosa desde a devastação das florestas americanas no século XIX. A causa do derretimento é um exemplo marcante do aquecimento global. Seria loucura do mundo ignorar as graves advertências que emanam do derretimento.

Menos efeito feedback, por favor

O Ártico está aquecendo duas vezes mais rápido que o resto do planeta. A principal razão parece ser um efeito de aquecimento catalítico disparado pelo aquecimento global. Quando derretem, gelo e neve são substituídos por terra, mar, ou poças de água mais escuras que o gelo original. Como resultado, a superfície do Ártico absorve mais calor solar. Isto causa um aquecimento local, logo mais derretimento, que causa mais aquecimento, e assim por diante.

É provável que o impacto do derretimento do Ártico perturbe a circulação oceânica – a mistura de águas tropicais mornas e águas polares frias – e o degelo do gelo permanente emitirá enormes quantidades de dióxido de carbono e metano, o que causará mais aquecimento e aumentará o nível dos mares. Se o aquecimento continuar, a camada de gelo da Groelândia pode vir a se desintegrar, aumentando o nível do mar em 7 metros. Muitas das cidades do mundo seriam inundadas muito antes disso acontecer.

No fim da linha, é provável que o mundo acorde para o aquecimento global. O instinto de sobrevivência impõe este despertar. Aindaassim, é provável que grande parte do insubstituível Ártico seja perdida, o que seria uma pena.The Economist



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