O futuro das embalagens de bebidas e alimentos

Especialistas acreditam que elas poderão fazer a comida durar mais, ter gosto melhor ou nos alertar caso algum ingrediente tenha estragado


Um dos maiores avanços nas embalagens de nova geração servirá às frutas e vegetais: detecção da maturação do produto (Reprodução/Slate)

A pipoca é um bom exemplo para demonstrar quanto uma embalagem pode contribuir para o sucesso de um produto. A pipoca de panela estava em declínio nos Estados Unidos, quando a marca Act II chegou aos mercados em 1984, com um saco de grãos de milho que inflaria no microondas. Sem o trabalho de ter que ficar mexendo no fogão, a venda de pipoca aumentou, apesar de que o produto em si (grãos de milho) não tenha mudado.

A tecnologia para embalar e encaixotar produtos foi desenvolvida para protegê-los do ambiente externo, mas também serve para comunicar dados importantes (informações nutricionais ou sobre potenciais alérgenos) e chamar a atenção do consumidor. No entanto, recentemente começaram a ser estudadas formas de melhorar o potencial das embalagens. Especialistas acreditam que no futuro elas irão, por exemplo, fazer a comida durar mais, ter gosto melhor ou nos alertar caso algum ingrediente tenha estragado.

A nanotecnologia permitiria a criação de uma etiqueta que mude de cor para indicar o frescor de frutos do mar ou um saco de vegetais que absorva oxigênio para evitar o apodrecimento do conteúdo com o aumento de temperatura. Uma enzima colocada no forro da caixa de leite poderia quebrar a lactose para os intolerantes à substância.

Existem dois tipos de novas embalagens, a “inteligente” e a “ativa”. A ativa é qualquer uma que faz algo além de passivamente conter e proteger o alimento. Um bom exemplo, que já existe há algum tempo, são as comidas que vêm com um pequeno pacote de sílica-gel, um dessecante que inibe o crescimento de mofo ao absorver oxigênio. A embalagem inteligente, por sua vez, transmite informações sobre o produto ao consumidor baseados em uma série de gatilhos ambientais.

Esse tipo de avanço será muito útil no caso de frutas e vegetais. Um artigo da Slate conta que um professor do MIT chamado Timothy Swager desenvolveu um sensor de nanotubo de carbono que detecta etileno, um químico liberado por frutas quando amadurecem. Os sensores são baratos, custando apenas 25 centavos de dólar e poderiam ser incorporados às caixas de transporte de papelão. Com um simples aparelho de scanner, funcionários dos supermercados poderiam avaliar a maturação da carga.

Algumas embalagens inteligentes já são realidade. A Cox Technologies criou a FreshTag para monitorar a deterioração de frutos do mar. Trata-se de uma etiqueta, lançada em 2000, que contém químicos que se misturam a vapores liberados por produtos em processo de deterioração. Quando entra em contato com a etiqueta, o vapor faz com que ela mude de cor gradualmente de amarelo para azul escuro. Outras embalagens sendo estudadas teriam ações como melhorar o sabor de sucos ou atacar microorganismos de frutas e verduras.

A FDA, agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA, está regulando com cuidado essa área. Ela já lançou um rascunho de diretrizes para o uso de nanopartículas em comidas. Embora não afirme que nanopartículas são perigosas, o rascunho alude à possibilidade de esse material afetar a “identidade” e “segurança” das substâncias nos alimentos.Slate

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