Quanto custou?

Estimando o custo da Segunda Guerra Mundial


Historiadores exploram os registros da Segunda Guerra Mundial

A história está repleta de guerras que foram mais sangrentas do que a Segunda Guerra Mundial. Como proporção da população, mais pessoas foram mortas durante a rebelião de An Lushan na China do século VIII, por exemplo, ou pela Guerra dos Trinta Anos na Europa central do século XVII. Mas a magnitude da tragédia humana da Segunda Guerra Mundial a coloca em uma categoria própria, e a relativa proximidade ao presente faz com que o conflito ocupe um espaço na memória coletiva que outros horrores mais distantes não conseguem.

As estimativas divergem, mas até 70 milhões de pessoas morreram como uma consequência direta das batalhas entre 1939 e 1945, das quais cerca de dois terços eram civis, tornando-a a guerra mais letal em termos absolutos. Quase um em cada dez alemães morreram e 30% do seu Exército. Cerca de 15 milhões de chineses e 27 milhões de soviéticos foram mortos. Imprensada entre dois vizinhos totalitários, a Polônia perdeu 16% de sua população, dentre os quais metade era judeu e sucumbiu à “solução final” de Hitler. Em média, quase 30 mil morriam por dia.

O novo livro do historiador Max Hasting, All Hell Let Loose: The World at War 1939-1945 foi publicado há sete meses e recebeu críticas entusiasmadas. A técnica do autor é explorar os registros escritos daqueles que fizeram parte do conflito tanto de modo ativo como passivo. Suas testemunhas vão de homens cujas decisões causaram a morte de milhões a soldados comuns que executavam suas ordens a vítimas civis. Cinismo e idealismo, sofrimento e euforia, coragem e terror, brutalização e sentimentalismo – tudo isso expressado através de testemunhos diretos.

Conexões próximas

No geral, contudo, Hastings faz um admirável trabalho de costurar histórias profundamente pessoais com grandes eventos e estratégias. Isso traz à tona a questão se outro livro a respeito do mesmo assunto é necessário. A resposta depende do interesse do leitor. Antony Beevor, que é conhecido por usar os diários e cartas de soldados comuns por vezes insuportavelmente emocionantes para lançar uma nova luz sobre antigas batalhas, é em outros sentidos menos generoso do que Hastings em relação ao espaço que dedica às fontes primárias em seu novo livro The Second World War. Ele escreveu o que pode ser considerado uma história militar mais convencional. Mas no que ele é bom, ele é muito bom.

Beevor tem muitos insights em relação às conexões entre as coisas – ele tenta “entender como o quebra-cabeça se encaixa”. Ele também tem uma mão mais firme do que Hastings para descrever como as grandes batalhas terrestres da guerra se desenrolaram. Embora os seus julgamentos sejam menos divertidos que os de seu rival, eles também são mais razoáveis. Ele é notavelmente mais generoso em relação às contribuições britânicas para derrotar Hitler, e tem mais disposição do que Hastings para detalhar os horrores da guerra.The Economist

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