Pode ser o inicio do fim.

Líderes europeus propõem mudanças radicais para zona do euro


Relatório contém pensamento radical de como remodelar a zona do euro (Reprodução/Internet)

Um grupo de influentes autoridades europeias sugeriu nessa terça-feira, 26, por meio de um relatório, uma série de medidas para a união monetária do euro, que oferecem uma visão radical de mudança, mas que podem levar anos até serem implantadas.

O relatório – com sugestões que vão desde a implantação de uma autoridade central capaz de vetar orçamentos nacionais até a criação de uma dívida pública coletiva – delineou os pontos de discussão para a muito aguardada cúpula da União Europeia, que terá início na quinta-feira, 28.

Dada a complexidade da União Europeia, autoridades alertaram que tais alterações devem levar até uma década para serem adotadas, principalmente porque algumas delas devem enfrentar forte oposição.

Os investidores estão se preparando para a probabilidade de que a cúpula de dois dias falhe na produção de uma solução imediata para a crise. “Eu não acho que vamos conseguir qualquer coisa nesta semana”, disse Sebastian Dullien, conselheiro sênior de política no Conselho Europeu de Relações Exteriores em Berlim. “Havia expectativa de um avanço, mas a Alemanha não está pronta para tomar as medidas necessárias, ou pelo menos suas condições são rígidas o suficiente para que os outros países não estejam preparados para enfrentá-las”.

O relatório emitido pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o presidente do Eurogrupo Jean-Claude Juncker e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, contém um pensamento bastante radical de como remodelar a zona do euro.

Prazos

Pelo menos uma das medidas – a criação de uma união fiscal europeia – poderia começar a se concretizar em curto prazo. Os líderes europeus parecem estar se movendo em direção a um acordo que estabelece uma união bancária que poderia integrar os sistemas financeiros das 17 nações da zona do euro, com a esperança de que o resto da União Europeia aderisse à união no futuro próximo.

Ainda assim, persistem as dúvidas sobre a rapidez com que essa união seria instalada, começaria a funcionar e ainda, se ela seria abrangente o suficiente para restaurar a confiança no mercado financeiro europeu.

Os ministros de Finanças das quatros maiores economias da Europa foram chamados nesta terça-feira, 26, para discutir a agenda da cúpula. Participarão da reunião também a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande.

Não houve indicação de que Angela Merkel teria desistido de sua posição que defende uma série de medidas de curto prazo para a Espanha e a Itália, destinada a conter o pânico dos investidores nesses países específicos, onde o custo de empréstimos subiu a níveis perigosos.

Na verdade, como já aconteceu em vários encontros passados, os líderes europeus parecem divididos em relação à atitude que deve ser tomada para gerenciar a crise, com a poderosa Alemanha focada em um metódico ritmo de pequenos ajustes para o euro e se opondo a soluções rápidas propostas pelos seus países vizinhos. As divergências diminuem as esperanças de se chegar a uma solução a curto prazo para a crise.

Crise persiste

Na segunda-feira, 25, a Espanha solicitou formalmente um pacote de resgate para ajudar seus bancos em dificuldade, enquanto o minúsculo Chipre também anunciou que iria se tornar o quinto país da Europa a solicitar socorro.

Um dos acordos mais tangíveis que dão forma à cúpula da próxima quinta-feira é de um plano francês de disponibilizar 162 bilhões de dólares em fundos para a União Europeia, visando o crescimento e a criação de empregos. Mas os analistas alertam que o dinheiro pode ser gasto e usado de forma que o seu impacto em países mais atingidos, como Grécia, Itália e Espanha, poderia ser limitado. “O dinheiro para o desenvolvimento é bom, mas não vai resolver a crise do euro”, disse Jean Pisani Ferry, diretor do Bruegel, de Bruxelas.The Washington Post


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