Um medidor para estudo

Basômetro alimenta textos sobre Congresso



Humberto Dantas, professor do Insper, deu início à série. Ele avaliou se cinco partidos (PSDB, PV, PPS, PT do B e PSOL) agem de forma coerente com a orientação de suas cúpulas. Concluiu que, com exceção do nanico PT do B, há sintonia entre o comportamento médio das bancadas e o dos líderes partidários.

Vítor Marchetti, professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC, também detectou que "a maior parte dos parlamentares que integram os partidos governistas e oposicionistas mantém um comportamento disciplinado" em relação a seus correligionários.

Sérgio Praça, também da UFABC, escreveu sobre a criação do PSD. Ele observou que dois terços dos deputados que migraram para o partido aumentaram sua taxa de governismo. Ainda que em menor grau, porém, essa taxa também cresceu nos partidos de oposição, como o DEM. "Qual o motivo disso? Houve mais votações em torno de assuntos pouco polêmicos? Futuras análises poderão desempatar essas questões. A única certeza é: o Basômetro é um instrumento indispensável para que isso ocorra."

Paulo Peres, doutor em Ciência Política pela USP, analisou o governismo como estratégia dominante na política brasileira. "Ser governista traz vantagens óbvias, como a ocupação de cargos estatais, garante o controle de verbas e políticas públicas as mais variadas, etc. O controle de tais recursos, por sua vez, pode ser revertido em votos e, assim, promover o crescimento do partido", afirmou. Segundo ele, partidos que nasceram no ambiente governista, como o DEM, ao serem relegados à oposição, mostraram-se pouco adaptados à luta pela vida no habitat oposicionista.

Obstrução. José Paulo Martins Junior, professor do departamento de estudos políticos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, destacou que a prática de não registrar voto nas sessões da Câmara é mais frequente entre os oposicionistas. "Os partidos de oposição adotam a estratégia de esvaziar o plenário", escreveu.

Ainda serão publicados textos de Paulo Peres (UFRGS), Carlos Melo (Insper), Marcos Antonio Teixeira (FGV), Claudio Couto (FGV), Ernani Carvalho (UFPE) e Wagner Pralon (USP).Estadão


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