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Instituto de Toxina Botulínica do Hospital Bettina atende 1,2 mil pacientes

Desde que foi criado, o Instituto Paraense de Aplicação de Toxina Botulínica (IPAT) já atendeu 1,2 mil pacientes que sofrem de contraturas musculares crônicas, espasmos faciais e de membros, sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) com contraturas e de paralisia cerebral. O IPAT pertence ao Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e foi implementado em outubro de 2010.

Atualmente, cerca de 800 pacientes estão cadastrados e o Instituto realiza 20 atendimentos por dia, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O público alvo do IPAT são as crianças atendidas no Serviço Caminhar do HUBFS e pacientes que sofreram AVC ou vítimas de traumas cranianos e infecções. O atendimento ao público acontece nas terças e quintas-feiras. As aplicações da toxina ocorrem nas terças, a partir das 12h.

O coordenador da equipe do IPAT, o ortopedista e traumatologista João Amaury, fala que o tratamento busca proporcionar a evolução do paciente e conta com equipe multidisciplinar do Hospital Bettina. “O objetivo é melhorar a saúde dos pacientes que sofrem de espasticidade muscular. Caso a toxina seja aplicada hoje, a pessoa pode começar a perceber o resultado logo após 10 dias. A clínica não tem fins lucrativos, trabalhos em prol da comunidade e buscamos publicar trabalhos acadêmicos contribuindo com a ciência e levando a UFPA a ganhar ainda mais reconhecimento dentro e fora do Estado. Nosso diferencial é que propomos um tratamento com diversos especialistas para que o paciente seja avaliado por toda equipe. Os resultados da toxina botulínica são satisfatórios, tanto que o Bettina tem se tornado referência neste procedimento no País”, afirma o médico, que se aprimorou em toxina botulínica.

Um dos beneficiados no tratamento da toxina botulínica é Valdevino Júnior, que tem 19 anos e desde os 15 é atendido no Bettina Ferro. “Meu filho nasceu com paralisia cerebral e nunca deixou de fazer o tratamento, mas foi aqui no HUBFS que ele melhorou muito. Meu filho é uma pessoa ativo e faz diversas atividades. Antes ele sentia muitas dores quando andava a cavalo, mas hoje consegue participar de eventos em Belém e no interior do Estado. Recebe aplicação da toxina a cada seis meses. Sem dúvida, com o tratamento tivemos mais suporte no nosso cotidiano”, conta o pai do jovem, Valdevino da Silva Neto, residente no bairro da Sacramenta.

Cursos – Além do atendimento à comunidade, o HUBFS, por meio do IPAT, ministra cursos de aplicação da medicação a outros médicos. Segundo João Amaury, esta é uma prática importante tanto para a capacitação dos médicos como à produção científica. “Não podemos esquecer o lado acadêmico do IPAT. O HUBFS continua ministrando cursos e realizaremos o próximo em junho deste ano, para aprimorar os médicos de outras regiões para que possam desenvolver atendimento multidisciplinar. Além disso, temos oito trabalhos científicos sendo elaborados, dos quais quatro serão publicados este ano”, informou.

Tratamento - A toxina botulínica é uma substância com finalidade de enfraquecer o músculo estático, que é tenso no paciente. A aplicação diminui a força de contração desse músculo bloqueando os neurotransmissores e relaxando a área. A maior vantagem do tratamento é que, na maioria dos casos, pode ser feita em tratamento ambulatorial, não necessitando de internação. Quanto mais cedo a pessoa tratar, melhor é a recuperação.

Caminhar - O Serviço Caminhar tem o objetivo diagnosticar e realizar acompanhamento clínico em crianças de até 12 anos de idade, que apresentem alterações de crescimento e desenvolvimento infantil, síndromes genéticas, epilepsias, ataxias e mucopolissacaridoses. Todos os anos, em média, 16 mil crianças recebem atendimento no Bettina.

Cleide Magalhães e João Carvalho - Ascom/HUBFS/UFPA.

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