CUBA BRASIL

Raúl Castro dá as boas-vindas a outro grupo de médicos procedentes do Brasil

EFE/ Joedson Alves

O líder do governante Partido Comunista de Cuba, Raúl Castro, deu as boas-vindas em Havana ao segundo grupo de médicos que retornou nesta sexta-feira do Brasil, após a decisão do governo da ilha de suspender a cooperação em resposta a declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Acompanhado do número dois do partido, José Ramón Machado e de outras autoridades, Raúl Castro recebeu os 201 voluntários ao pé da escada do avião que os trouxe outra vez ao país caribenho, segundo informou a televisão estatal.

A partir de agora está programado o retorno escalonado dos outros 8.332 médicos que participavam do programa Mais Médicos.

Nesse sentido, o diretor da Unidade Central de Colaboração Médica de Cuba, Jorge Delgado, reiterou que o processo de retirada dos profissionais da saúde do Brasil será "ordenado, seguro e digno", segundo a estatal Agência Cubana de Notícias (ACN).

"Os médicos estão muito dispersos, em mais de 2.500 municípios na grande extensão territorial do gigante sul-americano, razão pela qual há vários dias começaram a transferir-se de seus locais de residência até as cidades de onde partirão os voos para a Ilha", explicou Delgado.

Na madrugada desta sexta-feira chegou o primeiro grupo de 205 colaboradores sanitários, que foi recebido pelo presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, que ressaltou o "desinteresse, altruísmo e entrega plena" com que cumpriram sua missão nos lugares mais necessitados de assistência sanitária no Brasil.

O Ministério de Saúde Pública de Cuba anunciou no último dia 14 de novembro que retiraria seu pessoal do programa Mais Médicos devido às novas condições colocadas por Bolsonaro.

Um comunicado da pasta explicou que essa decisão era a resposta de Cuba às declarações "ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro, que classificou os médicos cubanos como "escravos" de uma "ditadura", questionou sua preparação e propôs modificações "inaceitáveis" ao programa que desconheciam os pactos estabelecidos.

O projeto Mais Médicos foi criado em 2013 pela então presidenta Dilma Rousseff com o objetivo de garantir a assistência médica a comunidades desfavorecidas nas comunidades e regiões remotas do Brasil.

A presença cubana nessa iniciativa foi estipulada através de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) e representava mais da metade dos profissionais contratados pelo Mais Médicos, que atendeu 29 milhões de brasileiros em cinco anos, segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

De acordo com a Conasems, pelo menos 611 cidades brasileiras podem ficar sem cobertura médica após a partida dos especialistas cubanos.EFE

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