TENSÃO DIPLOMÁTICA

Crise entre Ucrânia e Rússia ameaça reunião entre Putin e Trump

G20 acontece no próximo final de semana, em Buenos Aires, na Argentina (Foto: Kremlin.ru)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu na última terça-feira, 27, que pode cancelar um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin. O motivo seria a mais recente crise entre a Ucrânia e a Rússia.

A reunião entre Putin e Trump está prevista para ocorrer durante o G20, que se inicia na próxima sexta-feira, 30, em Buenos Aires, na Argentina. Ao Washington Post, o presidente americano afirmou que está aguardando um relatório de seus assessores de segurança nacional antes de decidir se irá encontrar com Putin. “Talvez eu não vá ter aquele encontro”, afirmou Trump ao jornal.

Este seria o segundo encontro entre Putin e Trump em 2018. Em julho, eles se reuniram em Helsinque, na Finlândia. Após a reunião, Trump foi muito criticado por diplomatas e membros dos partidos Democrata e Republicano dos EUA, que não ficaram satisfeitos com o desempenho do presidente americano diante de Putin no encontro.

Rússia x Ucrânia

As relações diplomáticas entre Rússia e Ucrânia são tensas desde 2014, quando Moscou anexou a Crimeia, então território ucraniano. A anexação não é reconhecida pela União Europeia e nem pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.

Mais recentemente, no último domingo, 25, a relação entre os países ficou ainda mais complicada devido ao Estreito de Kerch, a única ligação entre o Mar Negro ao Mar Azov, onde estão estabelecidos os dois portos mais importantes da Ucrânia, Mariupol e Berdiank.

A Marinha da Rússia impediu a passagem de três embarcações militares ucranianas, apreendendo os barcos e instaurando uma nova crise entre os países. De acordo com o FSB, o serviço secreto russo, os navios invadiram ilegalmente águas territoriais da Rússia. Já Kiev afirma que Moscou foi informado previamente sobre a passagem das embarcações.

Desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia, o Estreito de Kerch é controlado pela Rússia dos dois lados, dificultando o trânsito de navios ucranianos e a chegada aos portos. Em maio deste ano, os russos intensificaram ainda mais o controle depois que inauguraram uma ponte que conecta a Crimeia à Rússia. As inspeções comandadas pela FSB nas embarcações ucranianas podem levar dias. Isso fez com que o volume das cargas fosse reduzido.

Os países se acusam usando como base o direito marítimo internacional, citando a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a qual passaram a integrar nos anos 1990. A Ucrânia argumenta sobre a liberdade de navegação no Estreito de Kerch, enquanto a Rússia quer estabelecer fronteiras territoriais.

A crise entre os países fez com que Kiev declarasse lei marcial, na última segunda-feira, 26, o que pode, até mesmo, prejudicar as eleições presidenciais do país em 2019. O governo ucraniano esclareceu que o estado de exceção não é uma declaração de guerra, mas para a autodefesa do país. A lei, inicialmente, está prevista para durar 30 dias, com os direitos de cidadãos ucranianos podendo ser suspensos.O Globo

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