'ENTENDER E REFLETIR'

Paris inaugura museu sobre Resistência Francesa à ocupação nazista

O museu abre as portas precisamente no 75º aniversário da libertação da capital (Fonte: Reprodução/Musée de la Libération de Paris)

Aconteceu neste domingo, 25, a inauguração do Museu da Libertação de Paris ante o domínio do exército nazista de Adolf Hitler e de seus colaboradores franceses. O museu, que conta a história da brava resistência à ocupação da França pela Alemanha nazista durante a segunda guerra mundial, abre as portas precisamente no 75º aniversário da libertação da capital.

O exército nazista se rendeu em Paris no dia 20 de agosto de 1944, como resultado de uma insurreição organizada pela resistência e após a chegada das tropas francesas e americanas. Quem recebeu a rendição do governador alemão de Paris, Dietrich von Choltitz, foi o comandante da Resistência Francesa e comunista Henri Rol-Tanguy, o Coronel Rol, que havia passado os dias anteriores malocado num porão, de onde dirigiu a batalha final pela cidade.

É neste porão, outrora centro de controle da resistência, e no pavilhão em cima dele que foi instalado, 75 anos depois, o Museu da Libertação de Paris, no número 4 da Avenue du Colonel Henri Rol-Tanguy. Onde mais poderia ser?

O museu será aberto ao público após quatro anos de intenções trabalhos para sua viabilização e com investimento de 25 milhões de euros, uns caraminguás em se tratando de marcar terreno antifascista numa Europa, num mundo onde o fascismo avança mais ou menos escancarado, mas sob muitas denominações eufemísticas, como “ultraconservadores”, “antiglobalistas” e até “eurocéticos”, formando governos e conquistando outros espaços institucionais de relevo, porque vêm conquistando mais e mais mentes e corações.

A ideia do museu foi comprada pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, do Partido Socialista. E a ideia é contar a história, mostrar o exemplo de quem, quando a França caiu, em 1940, fez a escolha de lutar – alguns até a morte, outros até a vitória.

“Cada vez menos pessoas que estiveram diretamente envolvidas podem contar suas histórias. Trata-se de ajudar o público de hoje a entender e refletir sobre uma página fundamental da história da França. Em breve não haverá mais ex-resistentes, mas eles nos deixaram seus testemunhos e fragmentos de cada uma de suas histórias extraordinárias. Agora é nossa responsabilidade garantir que todos entendam que também é nossa história”, disse a diretora do Museu da Libertação de Paris, Sylvie Zaidman, ao jornal britânico The Guardian.

O museu reúne mapas, fotografias, entrevistas, imagens de arquivo, cartazes, trechos de filmes e objetos pessoais de participantes da resistência, dos anônimos aos mais conhecidos, como Jean Moulin e o General Leclerc (o nome oficial do museu é Musée Libération Leclerc Moulin), além de Charles De Gaulle e do Coronel Rol.

À Rádio França Internacional, Sylvie Zaidman resumiu assim a História, com agá maiúsculo, contada pelo Museu da Libertação: “começa com uma França abatida e termina com uma França que se põe de pé”.

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