INDONÉSIA BORNÉU

Indonésia quer transferir capital para Bornéu

A ilha de Bornéu é dividida entre Indonésia, Brunei e Malásia (Foto: Pixabay)

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, anunciou na segunda-feira, 26, os planos para transferir a capital do país de Jacarta para a ilha de Bornéu. Caso a mudança seja aprovada pelo Parlamento, as obras serão iniciadas no próximo ano.

O objetivo da transferência da capital indonésia é aliviar Jacarta, que está afundando mais rápido do que qualquer cidade no mundo. A capital foi construída sobre um terreno pantanoso, contando ainda com problemas de superpopulação e bombeamento irregular de água do solo.

Já a escolha por Kalimantam Oriental, como é conhecida a parte indonésia da ilha de Bornéu, diz respeito ao fato do local não ter históricos de desastres ambientais, como ocorre na ilha de Java, onde está localizada Jacarta. Ademais, Kalimantam também já conta com infraestrutura básica e está próxima do centro geográfico do país.

Segundo o New York Times, o projeto deve custar cerca de US$ 33 bilhões e algumas autoridades estimam que a mudança completa demore dez anos. O presidente indonésio espera que a transferência de cerca de 1,5 milhão de funcionários públicos já se inicie em 2024.

“Esse enorme projeto precisará ser feito rapidamente para evitar que Jacarta afunde no mar. […] O fardo que Jacarta está mantendo agora é muito pesado como o centro de governança, negócios, finanças, comércio e serviços”, explicou Widodo. Deixando de ser um centro burocrático, Jacarta continuará com seu potencial comercial e financeiro, segundo o presidente.

A escolha, porém, apesar de visar evitar uma tragédia ambiental em Jacarta, pode promover um grande desmatamento e o aumento da poluição ambiental em Bornéu. O governo prometeu a construção de uma cidade inteligente e verde, sem perturbação ambiental. No entanto, os ambientalistas não creem nessa possibilidade.

A ilha de Bornéu é dividida entre Indonésia, Brunei e Malásia. As florestas tropicais da ilha são um dos poucos habitats naturais de orangotangos em todo o mundo. O temor dos ambientalistas é que esse habitat seja destruído e os animais perturbados.

No entanto, o ataque às florestas tropicais da ilha e a redução populacional dos orangotangos não é uma novidade, apesar de poder ser agravada. Isso porque, em 1999, existiam mais de 148 mil animais da espécie vivendo na ilha. Em 2015, esse número caiu para entre 70 mil e 100 mil. A estimativa é que a quantidade seja reduzida para 45 mil em 2050. A mudança da capital, no entanto, pode acentuar a queda.The New York Times

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