Discriminação racial na ciência


A chance de um cientista negro conseguir financiamento é de 17%

Poder-se-ia esperar, particularmente da ciência norte-americana, que não fizesse distinção de cor. Infelizmente, um estudo que acaba de ser publicada na Science por Donna Ginther da University of Kansas sugere que isso não é verdade. Ginther, que trabalhava para o National Institute of Health (NIH), investigou os padrões de financiamentos para pesquisa concedidos pelo NIH e descobriu que a raça tem uma importância grande. Ademais, não é só uma questão de supremacia branca. Cientistas asiáticos e hispânicos ficam no mesmo nível dos brancos. Cientistas negros, contudo, não se dão bem.

Ginther e seus colegas analisaram financiamentos do NIH de 2000 a 2006, e correlacionaram essa informação com a autodeclaração de raça de mais de 40 mil candidatos. Seus resultados revelam que a chance de um cientista negro conseguir financiamento era de 17%. Para asiáticos, hispânicos e brancos, o número ficava entre 26% e 29%. Até quando esses dados eram ajustados para levar em conta o histórico educacional, empregatício e de publicações dos candidatos, restava uma diferença de dez pontos percentuais.

O viés parece advir de casos em que as inscrições dos projetos de pesquisa são avaliadas por uma junta de especialistas. Uma explicação possível é que comitês inferem as origens étnicas dos concorrentes a partir de seus nomes ou instituições em que estudaram.

Outra explicação possível é a rede social. É da natureza de um grupo de especialistas conhecerem-se a si mesmos e a seus pupilos mais promissores. Concorrentes fora desse círculo de aprovação podem ter menos chances de terem considerações favoráveis.

Fonte: Economist

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