IRAQUE BATALHA POR KIRKUK

Uma nova guerra no Iraque

(Fonte: Reprodução/AP)

Com suas ricas reservas de petróleo e diversas etnias e religiões, a cidade de Kirkuk sempre foi alvo de disputas. Diante da conquista de grande parte do norte e oeste do Iraque em 2014 pelo Estado Islâmico (Isis), os curdos ocuparam a cidade, com o argumento que estavam defendendo a liberdade iraquiana. Com a derrota do Isis em vários territórios dominados pelos jihadistas, as antigas disputas pelo controle da cidade recomeçaram.

No início da manhã do dia 16 de outubro, as tropas do governo iraquiano e da Guarda Revolucionária Iraniana atacaram Kirkuk, ocuparam os campos petrolíferos, a maior base militar e o prédio do governo. A produção de petróleo foi interrompida e milhares de civis fugiram da cidade e da província a caminho do norte montanhoso.

Até o momento, não houve um grande número de mortes. As forças peshmergas curdas retiraram-se sem muita resistência. Mas alguns curdos atenderam aos pedidos de seus líderes e assumiram a defesa de Kirkuk.

Dois fatores básicos aumentaram as tensões na região. Em primeiro lugar, a iniciativa do presidente do governo regional, Masoud Barzani, de realizar um referendo de independência curda no mês passado irritou profundamente as autoridades iraquianas. Decidido a preservar a unidade do país, o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, interrompeu os voos internacionais para as cidades curdas.

Abadi disse que o referendo custará aos curdos “tudo” que ganharam desde a criação de um governo autônomo em 1991. A perda dos campos petrolíferos de Kirkuk eliminaria a principal fonte de receita do governo regional curdo em um momento econômico difícil.

A segunda causa do conflito é a crescente tensão entre os Estados Unidos e o Irã. Em 13 de outubro, o presidente Donald Trump não certificou o acordo nuclear com o Irã assinado por Barack Obama e acusou os iranianos de violar alguns termos do pacto. Além disso, Trump ameaçou impor sanções à Guarda Revolucionária Iraniana, culpando-a de apoiar grupos terroristas.

O Exército da Guarda Revolucionária Iraniana (EGRI) reagiu rápido ao discurso agressivo de Trump. Sob o comando do general Qassem Suleimani, a Força Quds, uma unidade especial do EGRI, o Exército do Iraque e duas milícias xiitas iraquianas atacaram Kirkuk e criaram mais uma zona de confronto no conturbado Oriente Médio.The Economist

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