Venezuelanos aquecem o comércio de cidade em Roraima


Há cerca de dois meses, cidadãos venezuelanos têm lotado a pequena cidade de Pacaraima, na divisa de Roraima com a Venezuela, em busca de alimentos. Por conta da crise de abastecimento na Venezuela, cidadãos do país viajam centenas de quilômetros atrás de comida.

A grande demanda na cidade fez com que o comércio de Pacaraima, que fica a 250 km da capital Boa Vista, tenha movimentação intensa todos os dias. Muitos fazem filas nas lojas nas primeiras horas do dia. Os produtos mais procurados são mantimentos básicos, como arroz, açúcar, trigo e óleo, que são comprados em fardos. Alguns dos venezuelanos também viajam em busca de medicamentos.

A maioria dos venezuelanos chega ao município de ônibus, em viagens que chegam a durar dois dias, e cruzam a fronteira a pé, carregando grandes quantidades de dinheiro. Os dois países são conectados por uma rodovia com algumas barreiras e poucos fiscais, já que não é preciso autorização para ir às cidades fronteiriças.

Viagem cara

Para muitos venezuelanos, a viagem para o Brasil atrás de comida para abastecer suas famílias tem um custo elevado. Muitos economizam durante meses para a viagem. Isso se deve ao câmbio elevado do país provocado pela queda do preço do petróleo. No último sábado, um real estava cotado em 350 bolívares no câmbio realizado na cidade

No Brasil, um bolívar equivale a menos de um centavo de real e para comprar fardos são necessários milhares deles. Alguns dos venezuelanos levam uma calculadora amarrada no pescoço e muitos economizam durante meses para a viagem.

O fluxo de venezuelanos em Pacaraima se assemelha ao que ocorria na Colômbia. Recentemente, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reabriu a fronteira com a Colômbia nos dias 10, 16 e 17, que havia sido fechada em agosto do ano passado sob a justificativa de combate ao contrabando. Mais de 100 mil pessoas cruzaram a divisa nos dias 16 e 17.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o governo venezuelano autorizou a entrada no Brasil para comprar alimentos. Desde janeiro, 25 mil venezuelanos pediram autorização de entrada à PF em Pacaraima, sem contar os que vão apenas à cidade fronteiriça e não precisam de documento. O principal temor é que Maduro feche a fronteira com o Brasil.

McDonald’s sem Big Mac

Além da população, a crise de abastecimento têm afetado também as grandes empresas. Recentemente, o McDonald’s suspendeu a venda na Venezuela do Big Mac, o hambúrguer mais famoso da franquia, por conta de dificuldades com um fornecedor.

Apesar da empresa não ter divulgado detalhes, versões da imprensa indicam que a falta de fornecimento de uma tradicional fatia de pão que separa as duas porções de carne tenha provocado a suspensão das vendas. A rede de fast-food já havia paralisado a comercialização de batatas fritas entre janeiro e novembro de 2015.FOLHA

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