AUSTRÁLIA CONSERVAÇÃO

ONGs pedem investigação por fracasso na proteção da Grande Barreira de Coral


Organizações ambientalistas pediram à Unesco que abra uma investigação sobre a possível negligência do governo da Austrália no proteção da Grande Barreira de Coral, o maior ecossistema coralino do mundo e situado no nordeste do país oceânico.

A solicitação, anunciada nesta segunda-feira pela Sociedade de Vida Selvagem, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a Fundação Australiana para a Conservação e a Sociedade Australiana de Conservação Marinha, denuncia o desmatamento do recife de coral.

"O Governo do (primeiro-ministro australiano, Malcolm) Turnbull assegura que trabalha duro para salvar a Grande Barreira, mas faz pouco contra as grandes ameaças que enfrenta", afirmou o diretor da Wilderness Society, Lyndon Schneiders, em comunicado.

A reivindicação foi apresentada no domingo durante a sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), realizado em Bahrein.

O desmatamento acelera o deslizamento de sedimentos e nutrientes nas águas da Grande Barreira de Coral, o que pode provocar um bloqueio da luz necessária aos corais para crescer, denunciam as ONGs.

O diretor-executivo da filial australiana da "WWF", Dermot O'Gorman, alertou sobre o futuro desaparecimento da Grande Barreira se o Governo da Austrália descumprir com seus compromissos adquiridos com a Unesco e pediu que "adote medidas mais firmes contra a mudança climática".

Segundo números dos grupos ambientalistas, cerca de 36,6 mil hectares de florestas primárias ficarão arrasadas na bacia da Grande Barreira, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, por causa de permissões de "agricultura de alto valor" emitidas pela anterior administração do estado australiano de Queensland.

Permissões que as atuais autoridades locais não podem anular com caráter retroativo, mas que poderia ser derrogadas pelo Governo Central da Austrália.

"O Governo australiano admitiu que tem o poder e a responsabilidade de controlar o desmatamento na bacia da Grande Barreira. No entanto, fracassou em aplicar a Lei de Conservação da Diversidade e Proteção Ambiental para prevenir a poda na bacia da Grande Barreira", aponta o texto.

A Grande Barreira, lar de 400 tipos de coral, 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos, fornece anualmente cerca de 6,4 bilhões de dólares australianos (4 bilhões de euros) às economias da Austrália e de Queensland.

O maior recife de coral do mundo começou a se deteriorar na década de 90 pelo duplo impacto do aquecimento da água do mar e o aumento de sua acidez pela maior presença de dióxido de carbono na atmosfera.EFE

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