MEIO AMBIENTE

Estamos ficando sem água?

A água é o elemento essencial para a vida dos seres humanos (Foto: Pixabay)

A água é um dos recursos mais abundantes da Terra. O fenômeno da condensação do vapor de água na atmosfera se transforma em chuva, a água dos oceanos cobre quase três quartos da superfície da Terra, e as calotas polares e as geleiras também são fontes de água.

Mas a agricultura consome cerca de 70% de água no mundo inteiro. O cultivo de café, algodão, abacate e amêndoa exige um grande consumo de água.

As regiões que exportam colheitas, assim como um grande número de produtos manufaturados, que requerem o uso intensivo de água estão, na verdade, exportando água, em um comércio denominado “água virtual” ou “água invisível”.

“O conceito de água virtual pode ajudar os países que não dispõem de recursos hídricos abundantes de não usá-la na agricultura”, disse Vincent Casey, gerente sênior da ONG WaterAid. “A Arábia Saudita não precisa usar seus recursos hídricos limitados na produção de alimentos, porque pode importá-los”.

A água é o elemento essencial para a vida dos seres humanos. No entanto, o homem, por meio de suas atividades econômicas e industriais está diminuindo de maneira drástica a quantidade de água disponível na Terra.

Hoje, 844 milhões de pessoas, ou uma em nove da população do planeta, não têm acesso à água potável a uma distância de meia hora das suas casas e todos os anos cerca de 300 mil crianças menores de cinco anos morrem de diarreia decorrente da ingestão de água poluída e do saneamento precário. A distribuição de água potável não só previne doenças, como também reduz o custo dos gastos com a saúde pública. Segundo a WaterAid, cada £ 1 investido em água potável tem um retorno econômico de pelo menos £ 4.

A mudança climática está provocando secas e ondas de calor, além de inundações e aumento do nível do mar no mundo inteiro. A poluição está afetando a qualidade das fontes de água potável e dos lençóis freáticos que fornecem água para poços.

A Cidade do Cabo, na África do Sul, é um bom exemplo das consequências do gerenciamento e distribuição ineficazes da água. No final do ano passado, o governo alertou que seria preciso adotar medidas radicais para evitar o dia zero em que o abastecimento de água seria cortado.

O número de cidades e regiões do mundo com escassez de água está aumentando. Um estudo do Gravity Recovery and Climate Experiment (Grace), um projeto conjunto da Nasa e do Centro Aeroespacial Alemão mostrou 19 locais da Terra onde os recursos hídricos estão escasseando com rapidez, entre os quais áreas da Califórnia, noroeste da China, norte e leste da Índia e Oriente Médio.

Não existe um sistema de governança global para gerenciar o uso e o fornecimento de água. Em algumas áreas da África subsaariana existem aquíferos que podem fornecer água para as comunidades locais, mas não houve investimentos suficientes para que a população tenha acesso à água.

A irrigação permitiu que agricultores, mesmo em regiões áridas, cultivassem uma variedade maior de culturas. Mas em países de clima quente a água pulverizada nas colheitas evapora antes de atingir as raízes. Agora, existe um sistema que fornece água diretamente para as raízes da planta.

Ainda no campo da agricultura, os sensores disponíveis por apenas US$ 2 por ano monitoraram o teor de umidade no solo e orientam os agricultores quanto à periodicidade da irrigação de determinadas colheitas.

Mas o progresso da ciência e da tecnologia oferece opções limitadas para a crise de abastecimento de água. Uma governança global eficaz é uma solução mais sustentável para evitar desastres em escala mundial como o dia zero da Cidade do Cabo.The Guardian

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