LEI CONTROVERSA HOLOCAUSTO

Polônia ameniza lei sobre o Holocausto

Um dos campos de concentração mais conhecidos, Auschwitz está localizado no sul da Polônia, na região de Cracóvia (Foto: Pixabay)

Seis meses após o parlamento polonês aprovar a controversa lei sobre o Holocausto, o país anunciou, nesta quarta-feira, 27, que vai mudar a legislação. O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki pediu aos legisladores uma emenda urgente no texto original, retirando a pena de até três anos de prisão a quem associar a Polônia ao Holocausto. Depois que o governo mostrou o novo texto, a câmara baixa do parlamento votou para remover as penas criminais.

A lei, promulgada no ano passado, gerou indignação internacional. Isso porque estabelece multas ou prisão a quem sugerir que a Polônia foi cúmplice da Alemanha durante o Holocausto. Estima-se que 6 milhões de judeus morreram durante este período histórico, metade dos quais eram poloneses.

Um dos campos de concentração mais conhecidos, Auschwitz está localizado no sul da Polônia, na região de Cracóvia. Um dos objetivos do texto era impedir o uso da expressão “campos de extermínio poloneses” para se referir a campos nazistas como o de Auschwitz.

Por meses, havia poucos sinais de que a Polônia voltaria atrás com a lei, mesmo sendo ela um obstáculo ao desejo do país de impulsionar seus laços de segurança com os Estados Unidos. Em resposta à lei, o Departamento do Estado americano disse que a frase “campos de extermínio poloneses” era errônea e dolorosa. Mas disse que a lei poderia prejudicar a liberdade de expressão e o discurso acadêmico.

No entanto, a intervenção inesperada do primeiro-ministro pegou o mundo de surpresa. “Aqueles que dizem que a Polônia pode ser responsável pelos crimes da Segunda Guerra Mundial merecem prisão. Mas nós operamos num contexto internacional, e nós levamos isso em consideração”, disse o primeiro-ministro nesta quarta-feira.

Os críticos internacionais argumentam que a lei viola a liberdade de expressão por proibir acusações de que alguns poloneses foram cúmplices em crimes nazistas cometidos em solo polonês. A Alemanha operou seis campos na Polônia onde judeus e outros grupos, considerados inimigos pelos nazistas, foram mortos. A reação de Israel, por sua vez, foi pior. “Uma pessoa não pode mudar a história e o Holocausto não pode ser negado”, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em fevereiro.

A Polônia foi invadida e ocupada pela Alemanha nazista em 1939, mas diferentemente de outros países europeus, não houve um governo polonês colaboracionista. Entre 1939 e 1945, vários movimentos poloneses resistiram aos nazistas. Mas, historiadores argumentam que esta não é a história completa. Alguns poloneses, segundo eles, foram cúmplices de crimes nazistas. Entre os casos citados, está o de 1941, quando poloneses cercaram e mataram vizinhos judeus na cidade de Jedwabne.The Washington Post

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