PREOCUPAÇÃO MUNDIAL

Cientistas trabalham para impedir extinção de bananas

O fungo tem se concentrado em plantações na África, Oriente Médio, Ásia e Austrália (Foto: Wikimedia)

A cadeia de fornecimento global da banana está ameaçada. O fungo Fusarium wilt, ou Mal do Panamá, tem ameaçado plantações em diferentes locais do mundo. Por isso, um grupo de cientistas trabalha para tentar salvar a fruta de uma possível extinção.

O Mal do Panamá já causou o desaparecimento de um tipo de banana nos anos 1950. Agora, o tipo Cavendish, que corresponde a 99,9% das exportações da fruta no mundo, também está sendo ameaçado por esse fungo.

A banana é uma das frutas mais populares do mundo, correspondendo a boa parte da alimentação de famílias em países pobres. Apenas no Reino Unido são consumidas 5 bilhões de bananas por ano. Ao todo, a indústria de exportação movimenta mais de US$ 13 bilhões anualmente.

Até o momento, o fungo tem se concentrado em plantações na África, Oriente Médio, Ásia e Austrália. No entanto, especialistas advertem que a doença também pode se espalhar na América Latina. Os pesquisadores da startup Tropic Biosciences, que conta com 17 funcionários, já receberam US$ 10 milhões em investimento para seguir trabalhando em uma cura para a doença.

“No mundo desenvolvido, tendemos a consider as bananas como garantidas. Uma banana encontrada em seu supermercado local, cultivada na Costa Rica e enviada para o Reino Unido, provavelmente custa menos do que uma maçã cultivada a 32 quilômetros de distância”, afirmou Gilad Gershon, CEO da startup, em entrevista ao Guardian.

Segundo Eyal Maori, diretor científico e cofundador da empresa, é urgente pensar em uma forma de parar o Mal do Panamá, pois “é uma questão de tempo” até que ele se expanda para a América Latina – o principal exportador de banana do mundo.

O dinheiro recentemente investido será usado para testes em campos de cultivo de bananas na América Central, nas Filipinas e na Turquia. Dessa forma, os cientistas estão trabalhando para criar uma versão mais robusta da fruta, que seja resistente ao fungo.

“Depois de dois ou três anos de testes, esperamos comercializar as bananeiras. O valor para os agricultores é muito claro. O que estamos ouvindo deles é que eles querem isso o mais rápido possível”, explicou Gershon.

Outros pesquisadores, de diferentes empresas e instituições, também estão trabalhando para encontrar uma solução para o fungo. Cientistas da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, conseguiram modificar geneticamente uma banana Cavendish, em 2017, deixando-a mais resistente ao Mal do Panamá.

O projeto BananEx, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, é financiado pelo Programa Global de Segurança Alimentar. No projeto, os cientistas investigam a produção e a distribuição de bananas para encontrar uma forma de combater o fungo.

“Já podemos ver o que chamamos na indústria, um aperto na oferta, devido aos efeitos climáticos. Se dois ou três países tiverem mau tempo, o fornecimento será reduzido. Os importadores estão comprando bananas retiradas dos centros de maturação cedo demais para manter as prateleiras estocadas”, explicou Dan Bebber, líder do projeto BananEx.The Guardian

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