PARALISAÇÃO ARGENTINA

Greve geral na Argentina afeta voos no Brasil

Serviços essenciais estão paralisados em todo o território nacional (Foto: Luciana Echevarría/Twitter)

A Argentina começa a semana com mais uma greve geral – a terceira em 15 meses – contra a política econômica do governo Maurício Macri.

A greve, que começou à meia-noite desta segunda-feira, 25, afeta serviços como transporte público, postos de gasolina, bancos, escolas, coleta de lixo e também reflete nos voos do Brasil para a Argentina e da Argentina para o Brasil.

Há voos cancelados em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. Até o momento, segundo o jornal La Nación, acredita-se que mais de 70 mil passageiros de voos domésticos e internacionais foram afetados

A paralisação ocorre poucos dias após a Argentina ter recebido a primeira parcela de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de um comprometimento em reduzir os gastos públicos e a inflação no país.

Alguns setores da economia consideram que o momento atual da Argentina pode ser comparado à crise de 2001, que é apontada como a pior da história recente do país. Enquanto isso, sindicatos pedem reajuste de salários e garantias para evitar demissões.

A promessa de centrais sindicais do país é de uma paralisação de 24 horas, que foi batizada de reação ao “brutal ajuste econômico” imposto pelo FMI. A paralisação foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), que reúne os principais grupos sindicais argentinos, e teve inicio nas primeiras horas da madrugada.

De acordo com os organizadores da paralisação – além da CGT, a Central de Trabalhadores da Argentina apoiou o protesto -, cerca de um milhão de pessoas devem aderir a greve. Além de Buenos Aires, há relatos de grande paralisação em algumas das principais cidades da Argentina, como Mendoza, Santa Fe, Tucumán e Córdoba. A CGT convocou todos os argentinos para uma paralisação, sem previsão de manifestações.

Mesmo assim, protestos podem ocorrer graças a organizações paralelas. Sindicatos, em parceria com partidos de esquerda, por exemplo, fizeram piquetes e impediram a circulação de transportes em seis diferentes pontos de Buenos Aires, a capital da Argentina.

“Espero que eles escutem ou aumentem as medidas contra essas políticas”, afirmou Pablo Moyano, uma das principais lideranças do sindicato dos caminhoneiros, em referência as críticas do planejamento econômico do governo de Macron.

O ministro argentino da Fazenda, Nicolas Dujovne, disse que o crescimento econômico da Argentina será menor e que o acordo com o FMI impediu o agravamento da crise. Ainda segundo o ministro, a paralisação de 24 horas vai custar quase 29 milhões de pesos argentinos

De acordo com o ministro argentino do Trabalho, Jorge Triaca, a greve geral “não serve para coisa alguma, porque não vai resolver os problemas dos argentinos”.

Enquanto a greve ocorre, o presidente Mauricio Macri deve analisar alternativas para reduzir os efeitos durante esta segunda-feira. Antes do início da paralisação, o chefe de Estado tentou negociar para que a manifestação não ocorresse, mas não teve sucesso em suas tentativas.

Pessoas contrárias a greve lançaram um movimento, pelas redes sociais, com a hashtag “Yo no paro” (eu não paro, em tradução livre). No entanto, é difícil quantificar quantas pessoas não concordam com o movimento, já que muitos usuários do Twitter estão usando a tag para ironizar o movimento. “Eu estarei na sala de aula mesmo que não haja ninguém”, garantiu um argentino.La Nacion

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