SAÚDE ZIKA

Maioria de laboratórios brasileiros erra diagnóstico de Zika

A maior taxa de erros foi na falta de detecção de amostras com baixa concentração do vírus da Zika (Foto: PxHere)

Um estudo publicado na revista Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), verificou que 11 de 15 laboratórios brasileiros precisam melhorar seus testes de detecção do vírus da Zika. Isso porque, apenas quatro laboratórios relataram resultados corretos para todas as amostras testadas.

A necessidade de melhorar os testes laboratoriais foi devido à grande taxa de erros dos laboratórios, sejam eles falsos positivos ou negativos. Porém, de acordo com os pesquisadores, o resultado é bastante semelhante se comparado com os laboratórios europeus, os quais cerca de 60% precisam melhorar a qualidade dos testes.

“Independentemente dos desafios da detecção molecular do vírus zika, devido às margens de tributação e distribuição, os reagentes RT-PCR na América Latina são geralmente 100% –200% mais caros do que nos países ricos. Recursos limitados e custos relativamente mais altos potencialmente forçam laboratórios no Brasil a buscar soluções inferiores e mais acessíveis”, afirmam os autores do estudo.

Para verificar a presença do vírus da Zika são feitos testes moleculares, através de exames de sangue ou de urina. Para que a pesquisa fosse feita, os autores do estudo instruíram que os laboratórios fizessem testes de forma rotineira, quantificando amostras positivas para o vírus. A maior taxa de erros foi na falta de detecção de amostras com baixa concentração do vírus da Zika.

O resultado, apesar de ser semelhante ao dos laboratórios europeus, causou grande preocupação nos pesquisadores. Isso porque a América Latina, e principalmente o Brasil, registrou grande incidência da doença, principalmente no ano de 2016. Dessa forma, um erro no resultado de um exame poderia causar grandes problemas aos pacientes.

“Resultados falsos positivos potencialmente têm consequências dramáticas para os pacientes, como ilustrado por um aumento de mais de 90% nos pedidos de aborto ilegal na América Latina durante a epidemia do vírus Zika de 2016”, diz o estudo. O grande número de abortos clandestinos possivelmente foi influenciado pelo risco dos bebês nascerem com microcefalia.Emerging Infectious Diseases

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