LIVROS THE FUTURE OF WAR

A evolução das estratégias militares

Novo livro de Lawrence Freedman, professor emérito de estudos da guerra do King’s College de Londres (Foto: Amazon)

Em seu novo livro, The Future of War: A History, Sir Lawrence Freedman, professor emérito de estudos da guerra do King’s College de Londres, descreve a evolução das táticas militares desde o ideal clássico de vitórias rápidas e decisivas até o impacto dos ataques cibernéticos, do uso da inteligência artificial e do aprendizado de máquina nas guerras modernas.

Em meados do século XIX, uma geração depois de Waterloo, o ideal clássico de guerra simbolizado por Napoleão, mas originário dos antigos gregos e romanos, ainda predominava. As guerras deveriam ser rápidas e os vencedores alcançariam seus objetivos políticos, muitas vezes limitados. O sucesso do primeiro ataque era crucial, de preferência forçando o adversário a lutar até sua destruição.

A derrota da França pela Prússia na batalha de Sedan em 1870 e a rendição de Napoleão III foram uma demonstração da organização militar prussiana e do gênio tático do marechal de campo, Helmuth von Moltke, que lutou uma batalha segundo o ideal clássico, mas em um contexto moderno.

Agora, de acordo com o autor, a revolução em assuntos militares (RMA), um conceito criado na década de 1980, “processou, reuniu e transmitiu informações referentes à inovação das táticas de combate”, como redes digitais, links de dados rápidos, sensores e bombas “inteligentes” guiadas por GPS ou raios laser.

A eficácia dessas tecnologias foi comprovada na Guerra do Golfo em 1991. Os mísseis de cruzeiro atravessavam as ruas de Bagdá a caminho de seus alvos e os vídeos mostravam bombas guiadas a raios laser explodindo com precisão. As novas armas associaram o ideal clássico de guerra rápida e definitiva com baixas mínimas até mesmo do adversário, cujas forças poderiam ser destruídas sem o assassinato em massa de civis.

No entanto, mais uma vez, a guerra moderna desafiou o conceito de superioridade tecnológica e organização militar. Em 2003, uma coalizão liderada pelos EUA deu início à guerra do Iraque. Em pouco tempo, o governo de Saddam Hussein foi derrubado, mas os confrontos entre grupos rivais, sobretudo xiitas e sunitas, nos quais as armas eram homens-bomba e dispositivos explosivos improvisados, mergulharam o país em uma luta brutal.

Hoje, os sistemas equipados com inteligência artificial, o aprendizado de máquina e as armas cibernéticas que podem destruir os alvos inimigos remotamente, sem violência física, sugerem um futuro bélico dominado por máquinas.

Essa evolução tecnológica permitiria retomar o ideal clássico da destruição precisa e eficaz do inimigo? Sir Lawrence é cético quanto às previsões, mas recomenda cuidado com os que acreditam “na facilidade e rapidez com que a vitória pode ser alcançada, subestimando a inventividade dos adversários”.The Economist

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação