TECNOLOGIA APP

O perigo dos falsos aplicativos

Os aplicativos falsos em geral têm códigos maliciosos (Foto: Pixabay)

O novo aplicativo de uma loja de departamentos inglesa posto à venda no Google Play, a loja oficial para baixar e atualizar aplicativos e jogos para o smartphone Android, em 5 de setembro, tinha o logotipo correto da loja e oferecia roupas e acessórios. Mas o app era falso e estava cheio de anúncios. Seu desenvolvedor, Style Apps, também lançou aplicativos para outras marcas de roupas americanas.

Esses aplicativos falsos destinam-se a enganar usuários desatentos. Apesar da vigilância do Google e da Apple, muitos hackers conseguem violar suas plataformas. Em plataformas não oficiais de empresas menores, o problema é ainda mais grave. Os usuários são enganados de duas maneiras. Alguns aplicativos preenchem uma lacuna no mercado. A loja de departamentos Selfridges, por exemplo, tem um app para dispositivos da Apple, mas não para Android. O RadioShack, uma empresa de varejo americana de produtos eletrônicos que pediu recuperação judicial em fevereiro de 2015, tem um site, mas não um aplicativo oficial. Três aplicativos falsos com o nome da loja já estão disponíveis no mercado.

Outros desenvolvedores copiam aplicativos legítimos com ligeiras modificações e esperam que os usuários não percebam. Metade dos 50 aplicativos mais vendidos na Google Play tem falsificações, como o lançado com o nome MyGoogleTranslate, em vez de Google Translate, e um app da Netflix com o tema do Dia das Bruxas como logotipo.

Os aplicativos falsos em geral têm códigos maliciosos. Segundo pesquisadores do departamento SerVal, da Universidade de Luxemburgo, cerca de um quinto dos aplicativos falsos para Android contém malware. O malware infiltra-se no sistema operacional dos smartphones para causar danos ou roubos de informações. Alguns roubam as senhas que desbloqueiam as contas bancárias dos usuários. Mas é mais comum que os desenvolvedores desonestos ganhem dinheiro com publicidade, sobretudo nos dispositivos Android, disse Eliran Sapir, da empresa de tecnologia Apptopia. Os anúncios no navegador do smartphone são substituídos aos poucos por outros semelhantes escolhidos pelo desenvolvedor do aplicativo falso.

Os desenvolvedores ganham mais dinheiro com aplicativos falsos, acrescentou Sapir. Em fóruns do mundo da internet que não é possível acessar por meios convencionais, os hackers e os pequenos anunciantes digitais oferecem aos desenvolvedores cerca de US$1 por usuário no período de um ano para pôr códigos maliciosos em seus aplicativos. Em teoria, um aplicativo com 15 mil usuários geraria uma receita de US$1,250 por mês, em comparação com um rendimento mensal de aproximadamente US$1,000 de aplicativos legítimos, de acordo com uma pesquisa da empresa de publicidade móvel InMobi.The Economist



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