SAÚDE AUSTRÁLIA

A queda nas taxas do HIV na Austrália

A PrEP não protege os usuários contra outras infecções sexualmente transmissíveis (Foto: PxHere)

Segundo um artigo publicado na revista Lancet HIV, logo após o início de um tratamento preventivo contra a infecção pelo vírus HIV na Austrália, o uso de preservativos entre gays e bissexuais diminuiu. Mas apesar do risco de transmissão sexual do HIV, as taxas de infecção reduziram-se.

Durante a rápida disseminação de uma nova estratégia de combate à infecção pelo HIV, a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), os autores do artigo constataram o aumento de relações sexuais sem o uso de preservativos, mesmo entre os que não tomam o comprimido diário da PrEP, um sinal de uma confiança maior no sexo sem riscos.

“A PrEP deu aos seus usuários a sensação de imunidade contra a contaminação do vírus HIV”, disse Martin Holt, pesquisador da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney, que conduziu o estudo.“É ótimo que estejam otimistas diante da possibilidade de uma prática sexual mais segura, mas essa estratégia profilática prejudicou os métodos de prevenção nas comunidades de risco, como as dos homossexuais e dos usuários de drogas intravenosas.”

A pesquisa envolveu entrevistas com cerca de 17 mil homens em Victoria e Nova Gales do Sul, que haviam tido relações sexuais recentes com parceiros masculinos.

De 2013 a 2017, a proporção de homens com testes negativos de HIV que tomavam os comprimidos diários da PrEP aumentou de 2% para 24%. Durante esse período, o número de entrevistados que usavam preservativos em suas relações sexuais diminuiu de 46% para 31%. Por sua vez, o sexo sem o uso de preservativos entre homens que não tomavam o medicamento profilático aumentou 9%.

“Certo ou errado, pela primeira vez os gays e os bissexuais têm a sensação que podem ter relações sexuais seguras sem o uso de preservativos”, disse Mitchell Warren, diretor executivo da Avac, uma organização não governamental dedicada à prevenção do HIV.

A PrEP não protege os usuários contra outras infecções sexualmente transmissíveis. Por esse motivo, de acordo com Paul Volberding, diretor do Instituto de Pesquisa sobre Aids da Universidade da Califórnia, em São Francisco, os casos de doenças como a gonorreia e a resistência ao tratamento aumentaram.

Em sua pesquisa, Holt não chegou a uma conclusão se a diminuição do uso de preservativos afetará as taxas de infecção do HIV em longo prazo, mas a prevenção da PrEP à contaminação do vírus em um grupo crescente de homens pode contrabalançar, pelo menos em parte, os efeitos de relações sexuais de risco mais permissivas.The New York Times

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