JAPÃO - Radiação em Fukushima atinge nível mais alto desde acidente

Acidente de Fukushima visto por avião-robô em 2011 (Foto: Flickr/naturalflow)

A empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que opera a usina nuclear de Fukushima, anunciou que registrou um nível recorde de radiação onde estava o reator número 2, que explodiu no desastre nuclear de 2011. Além disso, imagens registradas mostram o aparecimento de um buraco de um metro numa plataforma de metal do sarcófago deste reator.

Em março de 2011, um desastre nuclear, provocado por um terremoto seguido de maremoto, fez com que três dos seis reatores da usina derretessem e o quarto ficasse danificado. O acidente gerou uma enorme emissão de substâncias radioativas. Até agora, os técnicos ainda não localizaram o combustível que supostamente entrou em fusão nas três unidades. Os reatores danificados foram envolvidos em um sarcófago de concreto após terem sido cobertos de areia.

Pela análise das imagens do local, é possível concluir que a radiação pode alcançar, em apenas uma hora, 530 sieverts, unidade usada para medir o impacto da radiação. Um homem exposto a uma radioatividade deste nível morreria praticamente na hora. “Há uma margem de erro, então o nível pode ser 30% inferior, mas continua sendo elevado”, disse Tatsuhiro Yamagishi, porta-voz da Tepco.

O registro anterior, de 2012, em outro ponto do reator 2, era de 73 sieverts. Para se ter uma noção sobre o perigo desta radiação, 1 sievert é suficiente para causar enjoo e doenças, 5 sieverts pode matar metade dos que forem expostos em um mês, 10 sieverts pode matar em semanas. A atual leitura é descrita pelos especialistas como “inimaginável”. Por isso, a presença da alta radiação vai complicar ainda mais os esforços de desmontar a usina em segurança.

Um robô que a Tepco pretende enviar ao reator número 2 aguenta uma exposição de mil sieverts em uma hora, o que significa que ele pode aguentar menos de duas horas antes de parar de funcionar.

“O nível extremamente elevado de radiação medido no local, se for exato, pode indicar que o combustível não está longe e que não está coberto por água”, afirmou Hiroshi Miyano, professor da Universidade Hosei, que preside uma comissão de estudos para o desmantelamento da usina nuclear devastada.The Guardian

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