PREVISÃO - Brasil terá pelo menos 2,5 milhões de ‘novos pobres’

Cerca de nove em cada dez pessoas que deverão se tornar pobres este ano residem em área urbana (Foto: Pixabay)

O número de pessoas pobres no Brasil vai aumentar entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim deste ano. Esta é a previsão de um novo estudo do Banco Mundial. A instituição chamou estas pessoas de “novos pobres”, porque apesar de estarem acima da linha da pobreza em 2015, elas caíram ou vão cair abaixo dela neste ano. A informação é do Globo.

Entre 2003 e 2014, mais de 29 milhões de pessoas saíram da pobreza no Brasil. Desde 2015, entretanto, o ritmo de redução da pobreza e da desigualdade parece ter estagnado. Os “novos pobres” são diferentes dos “estruturalmente pobres”, que são aqueles que já viviam abaixo da linha da pobreza em 2015 e vão continuar na mesma situação este ano. Os perfis dos dois também são diferentes. Enquanto o “novo pobre” é, em sua maioria, adulto jovem, de área urbana, com escolaridade média, o “estruturalmente pobre” é mais velho, tem menos estudo e tem presença importante na área rural.

Cerca de nove em cada dez pessoas que deverão se tornar pobres este ano residem em área urbana. A idade média dos chefes das famílias é de 37,9 anos, sendo que 39,2% estudaram ao menos até o ensino médio e 33,5% são brancos. Os “novos pobres” estarão mais no Sudeste (39,7%) e Nordeste (35,2%). A maioria (58,8%) trabalhava na área de serviços em 2015. Os “novos pobres” foram expulsos do mercado por conta do desemprego. Mas o Banco Mundial acredita que eles podem ser mais facilmente alcançados por políticas de geração de renda devido ao perfil.

Bolsa Família

Para o governo conter o crescimento da pobreza aos níveis de 2015, o relatória afirma que seria preciso aumentar o orçamento do Bolsa Família deste ano para R$ 30,4 bilhões no cenário econômico mais otimista e R$ 21 bilhões no mais pessimista. O orçamento atual, entretanto, é de R$ 29,8 bilhões.

Por meio de simulações, o relatório projetou a taxa de pobreza extrema no país com e sem o incremento no Bolsa Família. Se o programa não aumentar, a proporção de brasileiros em situação de miséria pode subir para 4,2% este ano no cenário otimista e 4,6% no pessimista. Caso a cobertura seja ampliada, conforme recomendado, a taxa pode ir para 3,5% e 3,6% nos dois quadros econômicos traçados. Em 2015, a taxa foi de 3,4%.

Com base nos dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, o Banco Mundial estimou que 8,7% da população, ou 17,3 milhões de brasileiros, viviam abaixo da linha da porbreza naquele ano. No ano anterior, a taxa era de 7,4%.

Num cenário otimista, o número de pobres neste ano deve ser de 19,8 milhões, dos quais 8,5 milhões estarão na extrema pobreza. Já num cenário pessimista, serão 20,9 milhões de pobres, sendo 9,4 milhões em estado de miséria.O GLOBO

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